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Diversidade: Maioria das empresas avança pouco no tema nos últimos 2 anos

Pesquisa da startup to.gather mapeou estratégias das companhias para avançar na pauta; falta de investimentos e entrada do tema no escopo do RH dificultam avanços

Mulheres são maioria nas empresas, com 39% da representatividade entre os funcionários; em seguidas estão pessoas pretas e pardas (Weekend Images Inc./Getty Images)

Mulheres são maioria nas empresas, com 39% da representatividade entre os funcionários; em seguidas estão pessoas pretas e pardas (Weekend Images Inc./Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 25 de maio de 2024 às 08h04.

Última atualização em 25 de maio de 2024 às 17h58.

Apesar do aumento da conscientização sobre diversidade, 58% das empresas avaliam que avançaram pouco ou pouquíssimo no tema nos últimos dois anos, aponta uma pesquisa da to.gather, startup focada em inclusão. Apenas 9,7% das companhias que responderam à pesquisa consideram que houve um ótimo avanço na agenda.

O mapeamento acompanhou que entre os grupos diversos, as mulheres são maioria nas empresas, com 39% da representatividade entre os funcionários. Em seguida estão pessoas pretas e pardas (31%), profissionais acima dos 50 anos (10,9%) e pessoas LGBTQI+ (10,1%). Entre os grupos com menor presença estão pessoas com deficiência (3%), neuroatípicas (2%) e pessoas trans e travestis, com apenas 0,9% de representatividade.

Nos cargos de liderança, o cenário é ainda mais excludente: mulheres representam 31%, enquanto pessoas negras são 17%. Profissionais com mais de 50 anos constituem 14% dos líderes, pessoas LGBTQI+ são 5% e neuroatípicos são 1%. Pessoas com deficiência e trans e travestis representam apenas 0,8% e 0,2% da liderança, respectivamente.

Como mudar o cenário?

Entre as ações afirmativas para mudar o atual panorama, a pesquisa identificou um aumento na criação de vagas voltadas para esses públicos, implementadas por quase 60% das companhias mapeadas. No entanto, essa foi a única política afirmativa que atingiu crescimento em comparação com 2022, com alta de 1,1 ponto percentual.

Outras ações sofreram uma queda na adoção desde a última pesquisa: programas de estágio ou trainee para grupos sub-representados são utilizados por 25% das empresas, uma redução de 5 pontos percentuais em relação à última pesquisa.

Políticas de equidade salarial e capacitações técnicas para minorias sociais são adotadas por 36% e 29% das empresas, mas sua utilização caiu 3% e 15% desde 2022, respectivamente.

Ações para garantir a inclusão na cultura têm maior adesão das empresas, como programas de letramento para funcionários, comunicação interna focada na diversidade, treinamentos para líderes e trabalhadores, criação de grupos de afinidade e capacitação dos profissionais de recrutamento e seleção. Pessoas LGBTQI+, transgênero e com mais de 50 anos são as que menos recebem vagas afirmativas, com apenas 14%, 13% e 11%, respectivamente.

Falta de investimentos

Os investimentos em diversidade e inclusão por partes das companhias ainda são pequenos: 26% investem menos de R$ 50 mil, enquanto 21% destinam até R$ 100 mil para financiar suas ações. Os maiores investimentos, acima dos R$ 700 mil, são maior ação apenas entre as grandes empresas, com mais de 10 mil funcionários.

Apenas 50,5% das companhias possuem uma estratégia formal implementada. A pesquisa aponta que o tema tem entrado cada vez mais no compromisso da área de recursos humanos, mas o setor ainda enfrenta desafios para implementar ações efetivas e de incluir a estratégia em seu orçamento.

Acompanhe tudo sobre:DiversidadeRecursos humanos (RH)MulheresEquidade racialPessoas com deficiênciaTransgêneros

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