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Como distritos de Mariana foram reconstruídos para serem autossustentáveis

O processo de reconstrução dos distritos foi pensado em conjunto com a comunidade local e com foco na sustentabilidade

Novos distritos de Minas Gerais: bairros concentraram os recursos de reconstrução justamente por terem sido os mais atingidos pelos rejeitos (Alysson Bruno/Divulgação)

Novos distritos de Minas Gerais: bairros concentraram os recursos de reconstrução justamente por terem sido os mais atingidos pelos rejeitos (Alysson Bruno/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 15h00.

Última atualização em 20 de dezembro de 2024 às 15h29.

Desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, a Samarco, mineradora responsável pela barragem e por sua operação, com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Brasil, adotou iniciativas de reparação das áreas impactadas pelos rejeitos. Por meio da Fundação Renova, cerca de R$ 38 bilhões foram destinados para a reparação da Bacia do Rio Doce, incluindo a reconstrução dos distritos atingidos, que estão mais de 90% concluídos, além de projetos de reflorestamento, pagamento de indenizações e demais medidas reparatórias e compensatórias. Com a celebração do Novo Acordo da Bacia do Rio Doce em outubro de 2024 e a sua integral homologação pelo STF em novembro de 2024, a finalização das obras dos reassentamentos ficará agora sob responsabilidade direta da Samarco.

Os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, e Gesteira, em Barra Longa, concentraram os recursos de reconstrução justamente por terem sido os mais atingidos pelos rejeitos. Todo o processo desses reassentamentos foi pensado em conjunto com os moradores e com foco na sustentabilidade.

Em Gesteira, um acordo foi realizado para aquisição do terreno pela Fundação Renova, com posterior repasse para a prefeitura e a comunidade construírem suas casas. Já em Bento Rodrigues e Paracatu, o trabalho foi realizado pela própria Fundação.

Sustentabilidade em todas as decisões

A reconstrução do Novo Bento Rodrigues, como ficou conhecido o distrito, foi planejada com o objetivo de minimizar os impactos ambientais e sociais. A sustentabilidade esteve presente em todas as etapas, começando pela escolha do local: a topografia do terreno e a orientação solar foram cuidadosamente analisadas para otimizar o uso dos recursos naturais e garantir o conforto térmico das edificações.

Foram adotadas diversas medidas para preservar a vegetação nativa e os recursos hídricos locais. O projeto arquitetônico priorizou a concepção de espaços públicos e privados alinhados com os conceitos modernos do urbanismo com o objetivo de garantir qualidade de vida e ao mesmo tempo otimizar recursos para os moradores.

Novo Bento Rodrigues foi projetado para ser autossustentável. Para as casas, foram utilizados materiais de construção ecológicos, como madeira certificada e tintas à base de água. As técnicas construtivas também foram escolhidas com base em critérios de sustentabilidade, buscando reduzir o consumo de energia e água durante a obra.

“Priorizamos a instalação de lâmpadas de LED nas casas e em toda a parte urbana do distrito, usamos sistemas de vasos sanitários e torneiras que funcionam com baixo consumo de água, e implantamos aquecimento solar para banheiros e cozinhas”, explica Álvaro Braga, coordenador de engenharia dos reassentamentos da Fundação Renova. “São casas muito bem iluminadas, com luz natural e ventilação cruzada, outro ponto calculado para melhorar o conforto térmico e evitar excesso de uso de ar-condicionado e equipamentos artificiais”, analisa.

Sistema 100% biológico

Para completar o projeto sustentável, a Estação para Tratamento de Esgoto (ETE) foi construída em um terreno mais afastado das residências, com um sistema 100% biológico, que dispensa tratamento químico.

“É um sistema simples, que funciona por lagoas facultativas. O esgoto entra e, por gravidade, vai percorrendo essas lagoas e se depurando, até chegar ao curso da água. Na saída da ETE, a água é analisada e testada, para garantir que a qualidade esteja dentro dos parâmetros legais e ela possa retornar com segurança para a natureza”, diz Braga.

Para a construção desse sistema foram feitos diversos estudos sobre soluções sustentáveis de tratamento de água, junto com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Mariana (SAAE), a fim de encontrar um modelo que respondesse com baixo custo de operação e simplicidade na manutenção. O projeto foi pensado      no longo prazo, com perspectiva de atendimento de saneamento pelos próximos 20 anos, levando em conta a expectativa do crescimento da população em 4% ao ano.

Mata Atlântica

Mariana está inserida em uma região de Mata Atlântica, portanto, a preservação do bioma foi um ponto crucial no projeto de reconstrução dos distritos – uma demanda que partiu da própria comunidade.

No plantio das árvores das ruas, uma votação entre os moradores permitiu a escolha de espécies locais, levando em consideração as características da vegetação nativa e a adequação das plantas ao território. Além de praças e áreas de convivência, foi implantado um conceito de parque linear, em que espaços preservados de Mata Atlântica foram cercados por trilhas ecológicas e vielas que circundam e ligam essas áreas, constituindo um percurso de caminhada para a população e um atrativo para turistas.

Mais informações sobre o trabalho de reparação podem ser encontrados em: Reparação e BHP Brasil

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