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Redação Exame
Publicado em 2 de maio de 2024 às 06h50.
Já pensou se fosse possível "criar" diamantes? Pois bem. Os cientistas descobriram como "cultivar" diamantes sintéticos em apenas 150 minutos.
Segundo a Fortune, um estudo publicado na revista Nature na semana passada, investigadores do Instituto de Ciências Básicas da Coreia do Sul detalharam um novo método de cultivo de diamantes utilizando uma mistura de metais líquidos.
Os pesquisadores criaram uma mistura de gálio, ferro, níquel e silício – depois a colocaram dentro de uma câmara de grafite que aqueceu rapidamente e depois resfriou o metal, ao mesmo tempo em que o expôs a uma mistura de gás metano e hidrogênio. Os átomos de carbono do gás metano infiltraram-se no metal derretido – tornando-se sementes para os diamantes. E a "mágica", então, começou.
Fragmentos de diamante começaram a aparecer após 15 minutos e “uma película de diamante quase contínua foi formada”, após 150 minutos, escreveram os pesquisadores.
De acordo com a Fortune, este novo método é ainda mais rápido do que os métodos atuais de cultivo em laboratório, que podem levar vários meses. Também utiliza significativamente menos pressão e calor, segundo os pesquisadores. E está muito longe dos milhões de anos que um diamante natural leva para crescer.
A pesquisa ainda está em estágios iniciais, disse Rodney Ruoff, professor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan que liderou o projeto – mas o estudo recém-publicado permite que outros pesquisadores em todo o mundo inovem ainda mais.
A produção de diamantes em laboratório está se tornando mais rápida e fácil do que nunca – ao mesmo tempo que diamantes naturais apresentam queda nas vendas. As pedras preciosas já não encantam alguns consumidores jovens, que dão cada vez mais prioridade à acessibilidade e à sustentabilidade.Nos primeiros três meses de 2024, 13,5% das joias com diamantes vendidas nos EUA foram feitas com pedras cultivadas em laboratório, de acordo com Edahn Golan, analista da indústria de diamantes.
À Fortune, o especialista aponta três razões principais pelas quais os diamantes cultivados em laboratório são atraentes, especialmente para os consumidores mais jovens: preços mais baixos, joias maiores e sustentabilidade.
Para dois diamantes hipotéticos com aparência semelhante, uma versão cultivada em laboratório seria cerca de 80% mais barata do que uma versão natural, de acordo com Golan. Assim, consumidores passam a ter acesso a pedras maiores e mais chamativas por preços mais baixos.