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Ranking: Amapá e Acre têm o pior desempenho quando se valia o desperdício de água tratada (Pedro França/Agência Senado)
Jornalista
Publicado em 5 de junho de 2024 às 15h00.
Última atualização em 5 de junho de 2024 às 15h29.
O Norte e o Nordeste são as regiões mais frágeis quando de trata de perda de água tratada, atendimento de água, de coleta e de tratamento de esgoto. Por essa razão, os estados das duas regiões devem enfrentar mais dificuldades. A conclusão é do “Estudo de Perdas de Água 2024 (SNIS, 2022): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira, 5, pelo Instituto Trata Brasil (ITB), elaborado com base em dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano-base 2022).
Quando as 27 capitais são analisadas, apenas duas têm o índice de perdas na distribuição inferiores à meta de 25%. São elas Goiânia e Campo Grande. O indicador médio aferido pelo estudo foi de 43,17%, superior à amostra dos 100 municípios mais populosos do Brasil e à média nacional, e ainda mais distante da meta de 25%, regulamentada pela Portaria nº 490/2021. Os piores números são de Porto Velho, com 77,32%, e Macapá, com 71,43%.
O levantamento mostra ainda que, em 2022, apenas nove entre os 100 municípios mais populosos do Brasil atendiam às metas da Portaria nº 490/2021 simultaneamente. Para o Instituto Trata Brasil, o dado indica que há muitos desafios na busca pela redução das perdas de água.
Dos 100 municípios considerados pela ITB, apenas 14 contam com níveis de perdas na distribuição de água menores que 25% (valores considerados como adequados). Os dados apontam ainda que um quinto da amostra (20 municípios) tem perdas na distribuição superiores a 50%. Há, na avaliação do instituto, um grande potencial de redução de perdas de água na distribuição nesses municípios.
Quando são analisados os indicadores de perdas por estado, aqueles das macrorregiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam desempenho acima da média nacional. Já os estados das macrorregiões Norte e Nordeste ficam abaixo da média. Os cinco maiores índices de perdas de água são registrados em Sergipe, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá. Já os cinco destaques positivos são Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Distrito Federal e São Paulo, como mostra o quadro abaixo.
Veja o ranking dos estados, segundo o percentual de perda de água tratada no processo de distribuição (2022)
Como mostra o estudo, as perdas reais de água tratada afetam diretamente os custos de produção e a sua demanda. Um elevado nível de perdas reais equivale, cita o Instituto Trata Brasil, a uma captação e a uma produção superiores ao volume efetivamente demandado, gerando ineficiências na produção de água e ambientais.
Desequilíbrios na produção de água:
• Maior custo dos insumos químicos, energia para bombeamento, entre outros fatores de produção;
• Maior custo de manutenção da rede e de equipamentos;
• Uso excessivo da capacidade de produção e de distribuição existente; e
• Maior custo por conta da possível utilização de fontes de abastecimento alternativas de menor qualidade ou de difícil acesso.
Desequilíbrios ambientais:
• Pressão excessiva sobre as fontes de abastecimento do recurso hídrico, uma vez que se capta mais água do que efetivamente chega à população; e
• Maior custo posterior para mitigação dos impactos negativos dessa atividade (externalidades).