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Dia Mundial da Energia: Brasil se consolida potência global em biometano e renováveis

Em ano de COP30, país investe em tecnologias de baixo carbono e avança em biocombustíveis; Usina do Grupo Multilixo em São Paulo se torna a primeira usina 100% autossustentável do setor

Cerca de 50% da matriz energética brasileira é proveniente de renováveis, como a eólica e solar e em plena expansão

Cerca de 50% da matriz energética brasileira é proveniente de renováveis, como a eólica e solar e em plena expansão

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 29 de maio de 2025 às 12h51.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 14h46.

Apostando na diversificação, o Brasil é líder em energias renováveis e investe massivamente em tecnologias de baixo carbono -- como biocombustíveis com potencial de escalar a descarbonização global.

Atualmente, cerca de 50% da matriz energética brasileira é proveniente de fontes limpas: hidrelétrica, eólica, solar, biomassa e outros combustíveis verdes, e 80% da eletricidade já é gerada a partir delas.

No ano em que sedia a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) pela primeira vez, o país se posiciona estrategicamente como uma das principais potências emergentes na produção de biometano.

Este combustível renovável derivado de biomassa ou resíduo orgânico se transforma em energia limpa e escalável, e já há exemplos de iniciativas na prática.

Em escala, a alternativa sustentável pode ser utilizada como combustível para veículos (especialmente em frotas de ônibus e caminhões), geração de eletricidade, aquecimento industrial e residencial e injeção de gás natural.

Um exemplo concreto está localizado em Jambeiro, no interior de São Paulo. A Unidade de Tratamento e Gestão de Resíduos (UTGR), do Grupo Multilixo, completou dois anos de operação em maio e já se consolidou como a primeira usina 100% autossustentável do Brasil no setor.

A planta paulista opera sem qualquer dependência de energia externa, gerando sua própria eletricidade através de um gerador de 1,2 MW.

Sua capacidade de produção é de mais de 10 milhões de metros cúbicos de biometano por ano, com capacidade diária de 30 mil m³. Isto significa redução de custos e pegada de carbono, tornando a operação mais eficiente e verde.

Grupo Multiilixo

Planta paulista foi inaugurada em 2023

Segundo a empresa, a produção não apenas abastece indústrias da região de São José dos Campos, mas também alimenta sua própria frota de caminhões, criando um ciclo de economia circular que serve como modelo para o setor.

O impacto ambiental é significativo: a usina contribui para a redução de aproximadamente 170 mil toneladas anuais de CO₂, gerando créditos de carbono equivalentes.

Crescimento exponencial

Os números do Grupo Multilixo refletem uma tendência nacional promissora e o crescimento do número de usinas em operação no país demonstra a consolidação do setor, com resultados rumo à transição energética bem-sucedida e replicável.

Em apenas dois anos, o Brasil saltou de 6 plantas em 2022 para 20 unidades em 2024. As projeções indicam que o país pode ter 90 plantas ativas até 2030, se posicionando entre os grandes players globais de biometano.

Segundo a Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (ABiogás), a meta é chegar a 30 milhões de m³/dia de produção.

"Estamos vivendo um momento chave. A COP30 vai colocar o Brasil em evidência, e o biometano é uma das maiores vitrines que temos para mostrar como a correta gestão de resíduos pode ser uma solução energética limpa e de descarbonização real", destacou Lucas Urias, Diretor de Estratégia e Inovação do Grupo Multilixo.

Para o executivo, o modelo brasileiro tem potencial para transformar outros setores da economia. "Seu potencial é capaz de suprir até 80% das frotas pesadas de veículos, além de atender demandas industriais e de geração de energia", disse.

Além de ser uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, a tecnologia promove desenvolvimento regional, cria empregos especializados e impulsiona a economia circular, onde resíduos se tornam insumos valiosos.

Em Jambeiro, por exemplo, a UTGR não apenas resolve o problema do descarte, mas transforma esse passivo ambiental em ativo econômico, fornecendo eletricidade para indústrias do Vale do Paraíba.

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