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Indígenas na COP28, em Dubai (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de abril de 2024 às 10h33.
Última atualização em 19 de abril de 2024 às 10h34.
Apesar da maioria dos brasileiros reconhecer a importância da preservação das terras indígenas e da necessidade de políticas públicas que atendam a essa população, uma parcela relevante ainda acredita em ideias estereotipadas e preconceituosas sobre os povos indígenas, é o que revelam os dados da pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro.
O levantamento, preparado para o Dia dos Povos Indígenas, celebrado neste dia 19, mostra que, apesar de 69% discordarem, um em cada cinco brasileiros acredita em algum nível que os povos indígenas não são civilizados. Homens e moradores do Norte e Centro-Oeste são os grupos com a maior percepção que os povos indígenas não são civilizados.
Além disto, apesar de 67% dos brasileiros discordarem, um em cada cinco concorda em algum nível que quando se utiliza recursos tecnológicos ou roupas, uma pessoa deixa de ser indígena. Novamente, homens e moradores do Norte e Centro-Oeste são os grupos com essa maior percepção.
"Ao mesmo tempo que temos esse olhar majoritário que coloca os povos indígenas no contexto contemporâneo, temos uma parcela importante que continua agarrada a uma percepção estereotipada, buscando um indígena que nunca existiu, a não ser no imaginário discriminatório, do indígena incivilizado ou do aculturado por usar roupa ‘de branco’ ou tecnologia”, diz Rachel Rua, gerente de Pesquisa Qualitativa do Instituto Locomotiva e diretora da iO Diversidade.
Antes chamado de Dia do Índio, o nome da data foi alterado para Dia dos Povos Indígenas em 2022. Para 80% a mudança do nome da data foi importante, e para 72% ela faz diferença. Entre mulheres e jovens há maior percepção de que a mudança é importante e faz diferença.
“A maioria reconhece o passado e o presente de desassistência dessa população e a necessidade de políticas públicas específicas para atender suas necessidades. Também enxerga nela papel ativo em pautas relevantes atualmente, como a do meio ambiente", diz Raquel.
A pesquisa quantitativa conta com 1.511 entrevistas com homens e mulheres realizadas pelo Brasil, de 12 a 25 de março. A margem de erro é de 2,5p.p