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Desmatamento na Amazônia cai 7% em 2024, mas degradação avança

Dados do Imazon apontam que foram derrubados 3.739 km² de janeiro a dezembro do ano passado — o equivalente a mais de mil campos de futebol por dia; O Pará, sede da COP30, lidera o ranking

O desmatamento e a degradação foi impulsionado por um ano marcado pela seca extrema e alta nas queimadas (Rickey Rogers/Reuters)

O desmatamento e a degradação foi impulsionado por um ano marcado pela seca extrema e alta nas queimadas (Rickey Rogers/Reuters)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 12h37.

Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 12h58.

A Amazônia registrou queda pelo segundo ano consecutivo no desmatamento em 2024, mas não há muito a celebrar.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto de pesquisa Imazon divulgados nesta sexta-feira, 24, apontam que foram derrubados 3.739 km² de janeiro a dezembro no bioma — 7% menos do que o mesmo período de 2023, quando a devastação chegou a 4.030 km².

O Pará liderou o ranking dos estados que mais desmataram: foram 1.260 km² perdidos, justamente neste ano em que Belém recebe a Conferência do Clima da ONU (COP30) pela primeira vez no Brasil.

Entre os territórios mais afetados, estão a terra indígena Cachoeira Seca — onde se derrubou um recorde de 14 km² de floresta — e a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, com 51 km² desmatados. 

Em seguida, vem o Amazonas (877 km²), Mato Grosso (864 km²), Acre (333 km²), Roraima (206 km²), Rondônia (321 km²), Maranhão (162 km²), Tocantins (21 km²) e por último, Amapá (18 km²) 

Embora haja uma redução geral, o saldo de floresta perdida só no ano passado representa mais de mil campos de futebol por dia. Além disso, a degradação florestal causada pelo fogo e pela extração de madeira cresceu seis vezes  e foi a maior dos últimos 15 anos — 497% mais do que em 2023, alcançando  36.379 km² da vegetação. O Imazon começou a monitorar este dano em 2009.

O Pará também liderou pela segunda vez este quesito, com 17.195 km² de áreas degradadas e 421% mais do que em 2023. 

De um lado queda, de outro recorde

Pesquisadores do Imazon consideram que a queda no desmatamento foi conquistada pelo fato de dezembro ter apresentado uma redução de 21%, após seis meses seguidos de aumento.

Carlos Souza, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, destacou que o início de 2025 deve ser marcado pelo 'inverno amazônico', com uma tendência de retorno do desmate assim que acabar a época de chuvas.

Sendo assim, o Imazon recomenda aos gestores aproveitar as tendências da para organizar o fortalecimento de ações da proteção na Amazônia. 

"Além de medidas de fiscalização e de punição aos desmatadores ilegais, é essencial destinar as terras públicas que ainda não possuem um uso definido para a conservação, medida de combate à grilagem”, disse Carlos, em nota.

Em 2025, a plataforma de inteligência artificial do Imazon chegou a projetar 6,5 km² da Amazônia sob risco de desmatamento, caso não hajam ações efetivas e urgentes.

Por outro lado, a degradação registrou aumento expressivo em razão da alta nas queimadas, principalmente em agosto e setembro. Nesses dois meses, a degradação cresceu mais de 1.000%, alertaram os pesquisadores.

O ano passado também foi marcado por uma seca extrema na região, o que levou a uma maior vulnerabilidade da floresta frente às chamas. 

Na quarta-feira, 22, o Mapbiomas apontou que o Brasil registrou aumento de 79% na área queimada no ano passado e 30,8 milhões de hectares consumidos pelo fogo.  E a Amazônia foi justamente o bioma mais afetado: 17,9 milhões de hectares foram queimados, o que corresponde a mais da metade (58%). 

“Foram dois anos consecutivos de seca, o que levou inclusive à ocorrência de queimadas em áreas úmidas da região. Esperamos que esse padrão não se torne o novo normal. As emissões de carbono da degradação florestal associada a este evento climático extremo superaram as emissões do desmatamento”, ressaltou Carlos. 

Assim como o desmatamento, a degradação também teve queda em dezembro depois de seis meses consecutivos de alta.  Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, disse esperar que ambos diminuam neste início de 2025. “Por causa do período de chuvas, as áreas de floresta afetadas são historicamente menores nos primeiros meses do ano”, explicou. 

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