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Desmatamento na Amazônia: O DETER identificou 356,14 km² de área desmatada no mês de março (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 10 de abril de 2023 às 18h00.
No mês de março, o DETER, levantamento sobre modificações na cobertura florestal amazônica, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), identificou 356,14 km² de área desmatada com 7.829 avisos de desmatamento.
Em comparação com março do ano anterior, o desmatamento identificado teve um aumento – visto que em 2022, o número levantado foi 312,23 km². Levando em consideração os números do 1º trimestre, o mês de março ajuda a elevar a média do trimestre, somado ao 'boom' de fevereiro. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foi identificado, respectivamente, 166,58 km² e 312,97 km² de área desmatada. O período corresponde aos primeiros 100 dias de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
É importante lembrar que o mês de março faz parte do período chuvoso na Amazônia. Por esse motivo, há menor intensidade de desmatamento neste mês se comparado com o 2º semestre do ano, por exemplo. Para Talita Assis, cientista e especialista no site Amazônia, da EXAME, essa fato se justifica por alguns fatores, mas principalmente pelo acesso complicado e a dificuldade de se atear fogo em períodos de chuvas mais intensas.
Por conta disso, há expectativa sobre como o desmatamento irá se comportar nos próximos meses. Segundo Assis, é necessário entender a diferença entre estratégias para deter o desmatamento, que nada mais são do que opções preventivas, e ações emergenciais, que devem ser adotadas como medida corretiva ao problema.
No mês de março deste ano, Mato Grosso (MT) liderou a lista de estados com maior área de desmatamento durante o mês totalizando 726 km² de áreas desmatadas no estado – seguido por Pará (PA), com 539 km², Amazonas (AM), com 482 km², Roraima (RR), com 315 km², e Rondônia (RO), 233 km², lideraram a lista de estados com maiores áreas desmatadas.
Ainda sobre março de 2023, o desmatamento de solo exposto foi a principal causa dos índices deste mês, seguido por degradação e cicatriz de incêndios florestais.
Este texto teve como base os dados apresentados no DETER, que é o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal amazônica, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para apoiar outros dados mapeados e mobilizar e munir o Ibama e demais órgãos.
O DETER funciona para ajudar na fiscalização de detecção de desmatamento da vegetação dentro da Amazônia Legal Brasileira, sem considerar áreas que foram desmatadas previamente. Vale ressaltar que o DETER se trata de uma estimativa, ou seja, não é um número fechado.
Também existe a taxa consolidado de desmatamento (também conhecida como “taxa anual de desmatamento”) do PRODES, que deve ser apresentado somento no 1º semestre do ano. Mas, historicamente, há pouca divergência entre as taxas estimadas e consolidadas.