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Editor ESG
Publicado em 20 de junho de 2023 às 19h01.
O Fórum Econômico Mundial divulga, nesta terça-feira, 20, a 17ª edição do Relatório Global de Desigualdade de Gênero, que compara a evolução da desigualdade entre homens e mulheres. Há boas e más notícias. No lado positivo, o índice global melhorou e retornou ao patamar de antes da pandemia. Os pessimistas dirão que, apesar disso, o cenário continua o mesmo: o mundo levará 131 anos para alcançar a paridade, que só chegará em 2154.
Avanços na eliminação da diferença educacional fizeram a diferença no ano passado. Dos 146 países pesquisados, 95% já eliminaram a disparidade. O cenário é pior no quesito oportunidade econômica (60,1%) e muito pior em se tratando de empoderamento político.
Esse último aspecto, por sinal, levou o Brasil a avançar consideravelmente no ranking dos países menos desiguais. O relatório aponta que o número de mulheres em ministérios é o maior da história, e que houve um aumento de 2,9 pontos percentuais na participação de mulheres no parlamento. Os números fizeram o índice de paridade política praticamente dobrar, para 26,3%. Com isso, o país subiu 37 posições no ranking, ficando em 57º.
“Embora tenha havido sinais encorajadores de recuperação para os níveis pré-pandêmicos, as mulheres continuam a suportar o peso da atual crise de custo de vida e das interrupções no mercado de trabalho,” disse Saadia Zahidi, Diretora-Gerente, Fórum Econômico Mundial. “Uma recuperação econômica requer todo o poder da criatividade e da diversidade de ideias e habilidades. Não podemos nos dar ao luxo de perder o ritmo da participação econômica e das oportunidades para as mulheres.”
No mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam diferenças consideráveis. As taxas de desemprego são maiores entre o público feminino -- 4,5% contra 4,3%. Dados obtidos pelo Linkedin mostram, ainda, que a participação de mulheres em cargos de liderança é quase 10 pontos percentuais menor do que a dos homens, mesmo com elas representando 41,9% da força de trabalho. Essa proporção vinha aumentando 1% ao ano há oito anos, porém, em 2023, a tendência se inverteu, e o índice retornou a patamares de 2021.
“Estamos vendo de forma consistente que as mulheres suportam o peso dos choques econômicos e dos ventos contrários. Sabemos que esses problemas são sistêmicos, o que significa que precisamos de uma resposta sistêmica”, disse Sue Duke, Diretora de Políticas Públicas Globais do LinkedIn. “Práticas de contratação inclusivas, visibilidade das mulheres em cargos de destaque e oportunidades de aprimoramento e crescimento de carreira para mulheres, especialmente em setores de alto crescimento e alta remuneração, como STEM, ajudarão a corrigir essa tendência preocupante, mas precisamos agir agora.”