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Jornalista
Publicado em 29 de junho de 2023 às 14h47.
Última atualização em 29 de junho de 2023 às 15h27.
Convencer os gestores da necessidade de se desenvolver uma estratégia para a sustentabilidade ainda é uma das grandes barreiras na jornada das empresas. Existe o desconhecimento, que traz junto muita incompreensão e possibilita a tomada de decisões equivocadas que podem atrapalhar a jornada. Os obstáculos e as oportunidades rumo à sustentabilidade foram tema de debate dentro do Mês do ESG, promovido pela EXAME durante o mês de junho com palestras e painéis transmitidos pelo YouTube.
“Ainda existe um gap de conhecimento entre a velha e a nova forma de gerir os negócios”, disse Velma Gregório, CEO da consultoria Ógui. “O melhor caminho é mostrar que a jornada possibilita às empresas gerar lucratividade, ao mesmo tempo que contribui para a economia regenerativa e deixa o mundo melhor”.
Gregório afirmou que a área do ESG deve ser tratada, dentro das empresas, da mesma forma que o departamento financeiro. “É um back office que todos os dias seguirá atrás de suas metas, que não são financeiras, mas as metas de melhorias no meio ambiente, no social e na governança”.
Fernanda Delgado, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), defendeu a participação das empresas como integrantes da transformação da economia de carbono. “O setor de óleo e gás já lida com o tema sustentabilidade há anos, percebeu há muito tempo a necessária transição obrigatória para outras fontes de energia. A indústria não é vilã, será a partir dela, com investimentos em novas tecnologias, como as eólicas offshores, baterias, placas fotovoltaicas, que caminharemos para uma economia de baixo carbono”.
Ela lembrou que o Brasil largou na frente, pois tem mais de 90% de sua matriz energética gerada com base em fontes renováveis e mais de 20% do combustível líquido formado por fontes de biomassa. “Hoje o nosso galão de petróleo emite menos CO2 do que os de outras nações. O Brasil está avançado nessa questão de descarbonização”, ressaltou.
As duas executivas debateram sobre a necessidade de se estabelecer regras mais padronizadas para a divulgação dos avanços em ESG nas companhias. Apesar de já existirem diversos padrões, ainda não estão harmonizados e, por isso, são difíceis de serem comparados.
“Na área ambiental os padrões estão avançados, ainda que sem esta harmonização”, pontuou Gregório. “No âmbito da governança também temos como fazer estas métricas, mas no social ainda há pouca coisa definida a precisamos avançar neste ponto”.