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Alerta: enfrentamento da crise climática envolve mitigação e adaptação de infraestruturas ao risco de catástrofes provocadas pelas mudanças no clima (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 19h01.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2024 às 19h22.
Até 2030, 45% dos financiamentos do Banco Mundial, estarão associados a critérios climáticos. Esses financiamentos, segundo o presidente Ajay Banga, serão divididos meio a meio, entre ações de mitigação e de adaptação. A declaração foi feita em evento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em paralelo à reunião ministerial do G20 em São Paulo
A decisão vem da compreensão de que o enfrentamento da crise climática envolve não apenas mitigação, mas também a adaptação - por exemplo, de infraestruturas, como escolas e rodovias, e plantações - ao risco de catástrofes provocadas pelas mudanças no clima. "É igualmente importante fazer alguma coisa de adaptação", pontuou Banga durante abertura de evento sobre inovação financeira para clima e desenvolvimento.
"Ambos representam despesas com desenvolvimento. Mas geralmente as pessoas não entendem a importância de sermos igualmente conscientes sobre mitigação e adaptação. Então, o Banco Mundial vê as duas coisas como importantes", acrescentou.
Banga disse que o Banco Mundial tem procurado assegurar, nos projetos florestais auditados pela instituição, que os recursos levantados com a venda de créditos de carbono sejam destinados às sociedades, e não apenas a governos.
Lembrando que os investimentos necessários na transição climática dependem da participação do setor privado, ele observou que os investidores sabem que, ao longo do tempo, a energia eólica e solar, por custo de unidade, é mais barata do que a produzida a partir de combustíveis fósseis. O custo de capital nos projetos de energia renovável, no entanto, pode ser mais caro no começo.
Segundo o representante do Banco Mundial, para que esses investimentos sejam, então, materializados, o primeiro passo é oferecer aos investidores clareza nos marcos regulatórios.
"Se um país é claro sobre a direção que está seguindo em relação ao que pretende para a sua matriz energética, e cria as políticas adequadas, você vai ver que os investimentos privados serão rapidamente assegurados", concluiu o presidente do Banco Mundial.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou no mesmo evento do BID a necessidade de criação de instrumentos adequados para financiar a transição climática, dada a falta de recursos destinados atualmente a este objetivo.
Georgieva avaliou que o mundo tem avançado devagar nas ações contra a crise climática. Atualmente, os investimentos somados dos países permitem uma redução de apenas 11% nas emissões de carbono. O objetivo, no entanto, é cortá-las entre 25% e 50%.
Segundo a porta-voz do FMI, ações de mitigação do aquecimento global e transição climática devem ser tratadas pelos países como prioritárias, uma vez que choques das adversidades no clima prejudicam negócios e as economias. O problema, emendou, é que os recursos necessários nessa frente são da ordem de US$ 2 trilhões por ano, ou US$ 3 trilhões, a depender da conta. "Ainda não temos este valor", disse Georgieva. (Com Estadão Conteúdo)