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O banco JP Morgan estimou que os incêndios devastadoras na Califórnia podem custar às seguradoras mais de US$ 20 bilhões (JOSH EDELSON/AFP)
Repórter de ESG
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 16h50.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 16h52.
Tempestades, enchentes, incêndios florestais: a nova realidade imposta pelo clima assola os EUA e além das perdas humanas, há as econômicas — e nenhum setor está imune.
Um novo estudo da empresa de modelagem financeira de risco First Street relevou que as mudanças climáticas podem levar a um prejuízo de US$ 1,47 trilhão (R$ 8,38 trilhões) no mercado imobiliário americano, avaliado em US$ 50 trilhões (R$ 294,77 trilhões).Como principais agravantes da desvalorização de imóveis, está o aumento nos custos de seguro e a mudança na demanda dos consumidores para áreas menos vulneráveis a eventos climáticos extremos. Enquanto áreas costeiras estão cada vez mais ameaçadas pela elevação do nível do mar, regiões do interior enfrentam ondas de calor, secas e inundações cada vez mais intensas.
Segundo a análise, os custos de seguro têm subido rapidamente e pressionam proprietários a migrarem de de áreas de alto risco climático, especialmente no Sun Belt, região sul e oeste do país. As cinco áreas metropolitanas mais impactadas pela alta nos seguros são Miami, Jacksonville, Tampa, Nova Orleans e Sacramento.
Recentemente, o banco JP Morgan estimou que os incêndios devastadoras na Califórnia podem custar às seguradoras mais de US$ 20 bilhões (R$ 117,908 bilhões). Já as perdas econômicas de US$ 52 bilhões a 57 bilhões, segundo projeções da AccuWeather.
O estudo se baseia em modelos revisados por pares para prever os impactos da crise climática sobre preços de seguros, fluxos migratórios e padrões econômicos. Além disso, a First Street estima que os seguros podem subir 29,4% até 2055, sendo 18,4% uma correção de "subprecificação atual" -- e 11% um ajuste devido ao risco climático.
Outro projeção é que 55 milhões de americanos podem se mudar voluntariamente para áreas menos vulneráveis até 2055, com 5,2 milhões migrando já em 2025. Isso poderia alterar a tendência de crescimento populacional nos estados do Sul e Sudeste, favorecendo regiões do Norte, como Montana e Wisconsin, devido a sua maior resiliência climática.
Os pesquisadores alertam que as previsões não levam em conta medidas de adaptação climática, como construções mais resistentes ou medidas de prevenção e contenção de enchentes. Além disso, não considera a inflação, que poderia afetar a valorização imobiliária.
Jeremy Porter, chefe de implicações climáticas da First Street, alertou em comunicado que os resultados devem ser usados para identificar áreas de maior risco, visando ajudar investidores e autoridades a antecipar impactos no mercado imobiliário.