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Energia eólica: startups exploram mineração com fontes renováveis, tornando a operação mais sustentável. (Envato)
Colunista
Publicado em 5 de junho de 2025 às 15h40.
Última atualização em 5 de junho de 2025 às 16h53.
As criptomoedas revolucionaram o sistema financeiro global, desafiando bancos centrais e criando uma economia descentralizada. No entanto, um aspecto controverso chama atenção: o consumo energético massivo da mineração de criptoativos. Enquanto entusiastas argumentam que esse custo é justificado pela segurança e descentralização, críticos apontam o impacto ambiental como um problema urgente. É possível conciliar criptomoedas com sustentabilidade energética?
O Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, utiliza a “Prova de Trabalho” (Proof of Work - PoW), onde computadores resolvem cálculos complexos para validar transações. Esse processo consome uma quantidade significativa de eletricidade, estimada em valores superiores ao consumo anual de países como Argentina ou Holanda.
Grande parte dessa energia vem de fontes fósseis, aumentando a pegada de carbono do setor. Entretanto, algumas regiões utilizam energia renovável para mineração, como Islândia e Canadá, que aproveitam excedentes de energia hídrica e geotérmica.
Para reduzir o impacto ambiental, diversas criptomoedas adotam novos modelos de validação, como a “Prova de Participação” (Proof of Stake - PoS). Diferente do PoW, esse sistema seleciona validadores com base na quantidade de moedas que possuem e bloqueiam na rede, reduzindo drasticamente o consumo energético. Ethereum, a segunda maior criptomoeda, recentemente migrou para esse modelo.
Uma alternativa é o uso de energia renovável. Startups exploram mineração com fontes solares e eólicas, tornando a operação mais sustentável. Iniciativas também utilizam a queima de gás natural desperdiçado em poços de petróleo para alimentar mineradoras, evitando a liberação desse recurso na atmosfera e convertendo-o em eletricidade.
O Brasil, com matriz energética predominantemente renovável, tem potencial para se tornar um polo sustentável de mineração de criptomoedas. A abundância de energia solar, eólica e hídrica poderia viabilizar operações ecológicas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis no setor.
No entanto, desafios regulatórios e incertezas jurídicas dificultam esse avanço. O país precisa estabelecer regras claras para o setor de criptoativos, garantindo segurança jurídica para investidores e estimulando práticas ambientalmente responsáveis. Além disso, a infraestrutura elétrica deve ser modernizada para suportar um crescimento sustentável da mineração.
O debate sobre criptomoedas e consumo energético continua. A digitalização financeira é irreversível, mas a sustentabilidade precisa ser prioridade. A inovação tecnológica pode equilibrar esses interesses, garantindo que a revolução financeira promovida pelos criptoativos não comprometa os avanços na luta contra as mudanças climáticas. Estamos prontos para tornar a blockchain mais verde e eficiente sem comprometer seus princípios fundamentais?