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COP30: 'Países subdesenvolvidos terão preços acessíveis', diz Marina Silva sobre hospedagem

Ministra do meio ambiente afirmou que não há dúvidas que a Conferência do Clima será realizada em Belém, apesar dos riscos de esvaziamento das negociações

Marina Silva, ministra do meio ambiente e mudança do clima: "Vamos fazer a COP30 com a presença dos demais países" (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Silva, ministra do meio ambiente e mudança do clima: "Vamos fazer a COP30 com a presença dos demais países" (Leandro Fonseca/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 11h08.

Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 12h50.

A ministra do meio ambiente e mudança do clima, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o governo trabalha para que os países vulneráveis consigam preços acessíveis para participarem da COP30, que acontecerá em Belém em novembro.

“Existe um esforço muito grande até que os preços se tornem compatíveis e justos. Não se pode ter um aumento na diária no volume que foi aumentado”, disse a ministra durante o programa “Bom dia, ministra”, da TV Brasil.

Quinta carta da COP30, em Belém, propõe protagonismo popular na resposta climática

Outro trabalho do governo, segundo Silva, é para que a sociedade civil organizada também garanta condições de participar da 30ª Conferência do Clima da ONU. O governo tem recebido críticas pela atuação contra os preços abusivos praticados pela rede hoteleira de Belém, que já tem levado delegações a abandonarem a ida à COP30: na última semana, oficiais da Áustria anunciaram que não devem comparecer às negociações.

Essa redução nas delegações estrangeiras preocupa especialistas em clima e meio ambiente. Sem a presença de ao menos 132 nações signatárias — ou dois terços dos países –, a ONU pode questionar a legitimidade das discussões da COP30.

COP30: ONU aprova logística e segurança de Belém; Brasil tem até hoje para resolver hospedagem

Ontem, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) afirmou que mais de 2,3 mil leitos de hospedagem já estão destinados às delegações: para os países subdesenvolvidos, 15 leitos estão à disposição no valor de US$ 100 a US$ 200 por dia (entre R$ 540 e R$ 1.080). Já as nações mais ricas podem contar com até 10 leitos no valor de US$ 600 a diária, valor próximo dos R$ 3,2 mil.

Tchau, Belém?

Marina ainda afirmou que não há duvidas de que a Conferência do Clima será realizada na capital paraense, apesar da pressão internacional. “O problema é de natureza logística. Existem os leitos, o que não estão compatíveis são os preços”, afirmou referente aos serviços de hospedagem. “E é nisso que o governo federal está trabalhando intensamente.”

Apesar da busca por soluções, a reunião da ONU Clima (UNFCCC) que busca discutir a crise logística em Belém que seria realizada nesta quinta-feira foi adiada pela segunda vez consecutiva. Segundo comunicado oficial, o encontro não conta com nova data para acontecer. O cancelamento teria acontecido por pedido dos membros do bureau da convenção, e não de iniciativa do Governo brasileiro.

COP sem Estados Unidos?

Marina Silva ainda apontou que uma possível ausência dos Estados Unidos na Conferência do Clima não é indício do esvaziamento das negociações, apesar da nação representar a segunda maior emissora de gases do efeito estufa. “Vamos fazer a COP30 com a presença dos demais países e trabalhar para que saiamos da Conferência com um mapa do caminho para fazer uma transição justa e planejada”, afirma.

Segundo a ministra, desde a Eco92, realizada no Rio de Janeiro, os EUA já não interferem de forma contundente nos acordos climáticos, muitas vezes atrapalhando o andamento e avanço das negociações – entre as exceções estariam os governos Biden e Obama, sendo a época na qual o país aderiu ao Acordo de Paris.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deve ligar para o presidente americano Donald Trump e convidá-lo para a Conferência do Clima.

PL do licenciamento ambiental

Ainda no "Bom dia, Ministra", Marina Silva classificou que os vetos do presidente Lula ao projeto de lei que altera as regras do licenciamento ambiental como "uma correta mediação que assegura que a proteção ambiental e a integridade do licenciamento serão preservados". Silva apontou que no modelo com que o projeto foi aprovado, o Brasil passaria por uma onda avassaladora de judicialização, que poderia levar o licenciamento a uma verdadeira paralisação.

"Aqueles que acham que estariam agilizando, na verdade, estariam emperrando o licenciamento ambiental", afirma. Ao todo, Lula realizou 63 vetos ao projeto aprovado no Congresso, reduzindo os comprometimentos ao meio ambiente.

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