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Vocabulário: principais conceitos e expressões usados ao longo das discussões que aparecerão nas discussões durante a COP30 (Leandro Fonseca /Exame)
Jornalista
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 10h41.
Se o inglês é o idioma oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), nas negociações e debates, espalhados pelas salas e corredores do Parque da Cidade, em Belém, o que domina é o vocabulário técnico, dominado por siglas e expressões.
Aqui, você encontra um guia com os principais termos que serão usados ao longo dos debates ao longo das próximas duas semanas, até o dia 21, quando a COP30 se encerra.
Confira os principais conceitos:
Acordo de Paris — Firmado em 2015, durante a COP21, o Acordo de Paris estabelece compromissos globais para enfrentar as mudanças climáticas, como a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Adaptação climática — Conjunto de medidas para lidar com os impactos já inevitáveis do aquecimento global. Inclui desde mudanças em infraestrutura urbana até ações baseadas na natureza, como restauração de florestas e vegetações nativas.
Agenda de Ação — Mecanismo que estimula a mobilização de governos, empresas e organizações sociais na implementação de soluções climáticas locais e na troca de boas práticas entre países.
Artigo 6 — Parte do Acordo de Paris que define regras para a criação de um mercado global de carbono, em substituição ao antigo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto.
CMA — (Conference of the Parties serving as the meeting of the Parties to the Paris Agreement, ou Conferência das Partes que secretariam as Partes do Acordo de Paris). Trata-se do encontro das partes que subsidiam os elementos negociados do Protocolo Acordo de Paris nas COPs.
CMP — (Conference of the Parties serving as the meeting of the Parties to the Kyoto Protocol, ou Conferência das Partes que secretariam as Partes do Protocolo de Quioto). Refere-se ao encontro das partes que subsidiam os elementos negociados do Protocolo de Quioto nas COPs.
Convenção do Clima (UNFCCC) — A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foi aberta para assinatura na Eco-92, no Rio de Janeiro, e entrou em vigor em 1994. Estabelece o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, segundo o qual países historicamente mais poluentes devem adotar esforços maiores para reduzir suas emissões.
Combustíveis fósseis — Petróleo, carvão e gás natural, principais fontes de energia responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.
COP (Conferência das Partes) — Criada em 1995, em Berlim, a COP é o principal fórum global sobre o clima. Reúne países para discutir estratégias de redução de emissões e implementação dos compromissos climáticos.
Gases de Efeito Estufa (GEE) — Substâncias que retêm o calor na atmosfera. Os principais são o dióxido de carbono (CO₂), o metano (CH₄), o óxido nitroso (N₂O) e o ozônio (O₃).
GST (Global Stocktake) — Previsto no Artigo 14 do Acordo de Paris, o Balanço Global avalia o progresso dos países no cumprimento de suas metas climáticas. O primeiro relatório foi apresentado na COP28, em Dubai.
INC (Intergovernmental Negotiating Committee) — Comitê criado em 1990 pela ONU para redigir o texto da Convenção do Clima. Contou, inicialmente, com a participação de 150 países.
Justiça climática — Abordagem que busca garantir que os custos e benefícios das ações climáticas sejam distribuídos de forma equitativa, protegendo populações mais vulneráveis.
Livro de Regras de Paris — Documento elaborado na COP24, em Katowice (Polônia), que detalha como os países devem implementar o Acordo de Paris e limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
Mapa do Caminho de Baku a Belém — Compromisso assumido após a COP29, que prevê a elaboração de um plano para elevar o financiamento climático global a US$ 1,3 trilhão até 2035.
Missão 1,5 — Esforço internacional para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C em relação ao período pré-industrial — limite considerado essencial para evitar impactos irreversíveis no clima e na economia.
Mitigação climática — Políticas e ações que visam reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) e ampliar os chamados sumidouros de carbono, como florestas e oceanos.
NDC (Nationally Determined Contributions) — As Contribuições Nacionalmente Determinadas são as metas climáticas apresentadas por cada país a cada cinco anos. O Brasil foi o segundo país a submeter sua terceira NDC, em 2024, com meta de reduzir emissões entre 59% e 67% até 2035 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
NCQG (New Collective Quantified Goal on Climate Finance) — Novo objetivo global de financiamento climático, que amplia o fluxo anual destinado a países em desenvolvimento. Na COP29, foi fixado entre US$ 100 bilhões e US$ 300 bilhões.
Perdas e danos — Impactos econômicos e sociais decorrentes de desastres climáticos, como destruição de moradias e infraestrutura.
Ponto de inflexão (ou ponto de não retorno) — Situação em que um ecossistema perde sua capacidade natural de regeneração, comprometendo funções vitais, como o regime de chuvas e o equilíbrio da temperatura global.
Protocolo de Quioto — Acordo internacional assinado em 1997 e em vigor desde 2005, que estabeleceu metas de redução de emissões para países desenvolvidos.
BTR (Biennial Transparency Reports) — Relatórios bienais de transparência apresentados pelos países com informações sobre suas políticas climáticas. O Brasil enviou o último documento na COP29, em Baku.
SB60 (Sessão dos Órgãos Subsidiários) — Reunião anual preparatória realizada em Bonn, na Alemanha, para discutir avanços técnicos e estratégicos antes da realização da próxima COP.
Sumidouro — Mecanismo natural capaz de absorver gases de efeito estufa da atmosfera, como florestas e oceanos.
Troika — Cooperação entre as presidências das COPs 28, 29 e 30 — Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil — para monitorar o cumprimento da meta global de limitar o aquecimento a 1,5 °C. (com informações da Agência Brasil)