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COP30 deve ser um grande 'mutirão' de implementação de compromissos climáticos, diz Lula

O presidente brasileiro participou nesta manhã de quarta-feira (23) da Cúpula Virtual sobre Ambição Climática com António Guterres e outros 17 líderes globais

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil: "Estamos fartos de promessas não cumpridas” (Evaristo Sá/AFP)

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil: "Estamos fartos de promessas não cumpridas” (Evaristo Sá/AFP)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 23 de abril de 2025 às 15h34.

Última atualização em 23 de abril de 2025 às 15h47.

Há menos de sete meses do maior evento de clima do mundo, a COP30, o governo brasileiro realizou uma Cúpula Virtual sobre Ambição Climática nesta quarta-feira (23) para promover uma mobilização política global e acelerar a transição energética justa.

Com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de outros 17 líderes globais que representam as maiores economias mundiais, o encontro representa o início de um amplo movimento rumo à Belém do Pará em novembro e foi como um primeiro chamado para a ação no combate à crise climática. 

Como país anfitrião da COP, o presidente Lula reafirmou o compromisso do Brasil com a construção de um novo modelo de desenvolvimento baseado em prosperidade econômica, sustentabilidade ambiental e inclusão social.  “Estamos fartos de promessas não cumpridas”, disse.

Um dos grandes objetivos da reunião é acelerar a apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), as conhecidas metas climáticas de cada país: até agora, apenas 10% dos membros da Convenção da ONU sobre Mudança Climática apresentaram suas contribuições. 

Na vanguarda, o Brasil apresentou sua meta climática ainda na COP29 em Baku, se comprometendo a reduzir as emissões em 67% até 2035.

"Queremos fazer da COP30 um grande mutirão em prol da implementação dos compromissos climáticos”, destacou Lula na Cúpula. Ele utilizou a palavra 'mutirão', de origem indígena, para mobilizar os esforços.

Na ocasião, o presidente apresentou apoio a quatro iniciativas prioritárias: o Balanço Ético Global, iniciativa com a ONU voltada a promoção de eventos para o engajamento de lideranças, jovens, artistas, povos originários e outros atores da sociedade civil na agenda climática e a Integridade das Informações sobre a Mudança do Clima em parceria com a UNESCO, visando o combate à desinformação. 

Além disso, a Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza lançada no G20 do ano passado e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, visando o financiamento para as populações que protegem e preservam a floresta.

Segundo a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também presente na Cúpula, o fundo deve ser lançado e já estar em operação na COP30.

"Precisamos de NDCs suficientemente ambiciosas e alinhadas com o limite de 1.5ºC do Acordo de Paris", disse a ministra ao fazer um apelo para que esta seja a COP da implementação. 

"Sobretudo aqueles acordos que advêm do balanço global antes da COP em Dubai e Baku. Em relação a triplicar as energias renováveis, duplicar a eficiência energética, se afastar dos combustíveis fósseis, acabar com o desmatamento -- além do necessário financiamento climático para países mais vulneráveis", acrescentou. 

Na ocasião, o governo brasileiro também confirmou a realização da COP30 em Belém do Pará em novembro de 2025, e da pré-COP30 (último evento antes da Conferência) em Brasília, nos dias 13 e 14 de outubro. 

Também participaram da reunião o presidente da China, Xi Jinping; o presidente do Conselho da União Europeia, António Costa; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente de Angola, João Lourenço; além dos presidentes da Malásia, Nigéria e Turquia. Alguns países mais vulneráveis também estiveram contemplados, por meio parcerias regionais, como a União Africana, a ASEAN, a Aliança dos Pequenos Estados Insulares e a CARICOM. 

António Guterres destacou que as mudanças climáticas impactam de forma desproporcional algumas nações. É o caso da África e outras partes do mundo como as ilhas do Pacífico, que passam por um aquecimento mais rápido e já experimentam a elevação do nível do mar.

"Apesar de abrigar 60% dos melhores recursos solares do mundo, a África tem apenas cerca de 1,5% da capacidade solar instalada e recebe apenas 2% do investimento global em energias renováveis. Precisamos mudar isso rapidamente”, afirmou o secretário-geral da ONU.

Ele também enfatizou que os investimentos sustentáveis se tornaram economicamente mais atrativos e citou a necessidade da eliminação gradativa do uso de combustíveis fósseis, assim como lembrou da "dívida" histórica das nações mais ricas pela sua maior contribuição frente à crise climática

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