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Rachel Maia, presidente do Conselho, Solange Ribeiro, vice-Chair e Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil (Marina Filippe/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 12h55.
Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 15h48.
De Dubai*
O Net Zero vai muito além dos manuais de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) nas empresas que buscam ir além da neutralização das emissões de carbono. O termo, que se refere a todos os gases de efeito estufa (GEE) emitidos na atmosfera (como metano, óxido nitroso e outros hidrofluorcarbonetos), avança nos debates corporativos.
Em evento paralelo à COP28, em Dubai, promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil, especialistas apontaram a união entre empresas e sociedade, com cada um assumindo seu papel, para conter as mudanças no clima e que se chegue à meta de emissões de GEE equivalentes às emissões removidas.
No painel, o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e três representantes do Pacto Global da ONU no Brasil - Rachel Maia, presidente do Conselho, Solange Ribeiro, vice-Chair e vice-presidente da Neoenergia, e Carlo Pereira, CEO – analisaram o que avançou até agora e quais são os caminhos para uma maior adesão à pauta.
Este momento, avalia Pereira, é de união da sociedade como um todo. De qualquer forma, aponta o CEO do Pacto Global, é preciso não só para pensar em COP, mas numa transição de economia regenerativa e alinhada com todos os momentos.
Ele defende que os países assumam seus papéis na governança global. “Na COP, há um acordo pequeno de perdas e danos, mas isso já sinaliza para onde a gente deve ir. E já se sabe de onze acordos, com um montante total de quase US$ 600 bilhões. O compromisso agora é triplicar as fontes renováveis até 2030”, citou.
Pereira explicou ainda que a COP virou “um balcão de negócios, o que a gente estava pedindo a muito tempo”. No entanto, as expectativas são limitadas. “O resultado da COP não vai ser o que a gente gostaria como sociedade, mas se olhamos para trás há um otimismo pelos avanços e expectativas de onde podemos chegar”.
Rachel Maia lembrou a importância de se destacar o que ela chama de “jornada de indivíduo” em vez de simplesmente apontar para o outro. “Estamos tentando mover os ponteiros porque já entendemos que não existe planeta B”. A executiva aproveitou o evento para fazer uma provocação. “Eu convoco todos vocês. Nós do Pacto somos engajadores do setor privado e sobre direitos humanos que tudo deve se mover”, disse.
Para Solange Ribeiro, o desafio do net zero é tomar iniciativas que sejam boas para as pessoas. “Quando a gente fala da conexão do Sul Global, estamos falando de quem mais sofre com as mudanças climáticas e tem menos recursos para a adaptação. Essa semana, participando de conversas com os investidores, falamos da dificuldade de medir o social. Tem uma união grande do Brasil, o que é muito importante em todos os setores”, lembrou a conselheira.
Só com o envolvimento do setor privado será possível seguir avançando na pauta, alertou Chohfi. “Atingir a justiça climática e o bem-estar das pessoas”, disse, destacando o papel da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira no apoio do Pacto para visitas técnicas a um centro de inovação e a uma companha elétrica em Dubai, durante a COP28. “Essas visitas tornaram possível as ações de ESG, alinhando o tripé da sustentabilidade ambiental, social e financeira”, completou. Uma delas, no porto de Dubai, foi acompanhada pela EXAME.
- Com colaboração de Paula Pacheco.