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COP28: Marcele Oliveira, a brasileira que quer ampliar programa de jovens negociadores pelo clima

Em encontro com Lula, Marcele Oliveira reforçou a necessidade da participação dos jovens nas tomadas de decisão sobre mudanças climáticas; leia entrevista à EXAME na COP28

Marcele Oliveira, jovem negociadora pelo clima, na COP28 (Leandro Fonseca/Exame)

Marcele Oliveira, jovem negociadora pelo clima, na COP28 (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 06h15.

Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 11h10.

De Dubai*

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um encontro com representantes da sociedade civil na COP28, no último sábado, ele foi cobrado por Marcele Oliveira, 24 anos, jovem negociadora pelo clima, pela criação de conselhos jovens para as ações de mudanças climáticas.

"No ano passado entregamos uma proposta, e agora um decreto com ideias mais estruturadas de como implementar a participação da juventude nas pautas de clima. É importante que a participação seja nacional para o apontamento das especificidades por território", disse Marcele em entrevista à EXAME.

Esta é a segunda COP de Marcele. No ano passado, em Sharm el-sheik, no Egito, a participação foi de presença e articulação. "Foi essa conexão que resultou na minha indicação para a fala do último sábado, representando a Coalizão Clima de Mudança, com mais de 50 organizações, e o projeto Jovens Negociadores pelo Clima, da secretaria do Rio de Janeiro", diz.

Marcele Oliveira entrega decreto para Lula na COP28 (Foto: Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)

A intenção agora é que o programa do Rio de Janeiro sirva como modelo para que na COP30 mais jovens estejam ativos na pauta. "É importante que estejamos aqui participando e produzindo conteúdo, mas precisamos de mais presença nos espaços de decisão. O programa é uma preparação para que na COP30 a gente consiga estar em todos os espaços", afirma.

Contudo, de acordo com Marcele, neste ano os jovens têm menos espaço nos paineis oficias do Brasil na COP quando comparado ao ano passado. "Nos últimos anos a gente teve o pavilhão Brazil Climate Action Hub, organizado pela sociedade civil, com um entendimento de que era necessário o contraponto ao governo federal. Agora, entendeu-se que deveriamos ter um pavilhão unificado, mas a juventude não teve eventos aprovados de forma oficial.  Assim, não estamos nos grandes espaços na hora que há visibilidade de, por exemplo, autoridades".

Marcele Oliveira na COP28, em entrevista à EXAME. (Foto: Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)

A importância da juventude nas tomadas de decisão

Marcele lembra que a juventude é a população que por mais tempo terá de lidar com as mudanças climáticas, mesmo não sendo os maiores emissores. "Além disto, as pessoas da periferia também são as que mais sofrem quando as emissões na verdade vem de grandes empresas e governos. Assim, não podemos deixar o tema para depois", afirma.

É importante lembrar ainda que a pauta tem ganho força entre crianças e jovens, chegando aos casos de litigância climática. "Ações de litigância e exposição de casos, chegando à indenizações, pode fazer com que a mudança de rumo aconteça. É papel da juventude não deixar as coisas no lugar que estão, e reforçar que não dá para falar de mudança climática sem falar com a juventude".

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