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Cooperativa da Amazônia triplica faturamento com exportação de açaí em pó

Com apoio do Fundo JBS pela Amazônia, a Amazonbai superou desafios logísticos e ampliou suas exportações, alcançando R$ 2 milhões em receita em 2024

m 2025, a cooperativa projeta um novo salto com a meta de produzir 900 toneladas de polpa (Marcia do Carmo/Divulgação)

m 2025, a cooperativa projeta um novo salto com a meta de produzir 900 toneladas de polpa (Marcia do Carmo/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de fevereiro de 2025 às 08h33.

A cooperativa Amazonbai, localizada na foz do rio Amazonas, no Amapá, registrou um significativo crescimento de 200% no faturamento de 2024, alcançando mais de R$ 2 milhões.

O salto financeiro é resultado da exportação direta de açaí liofilizado (em pó) para os Estados Unidos e Europa, que representaram 33% da receita da cooperativa. Ao longo de 2024, a cooperativa também comercializou 138,8 toneladas de polpa do fruto.

O açaí liofilizado tem maior valor agregado e exige menos cuidados no transporte e armazenamento, pois não necessita de congelamento. O processo de liofilização preserva as propriedades nutricionais e sensoriais da fruta, como sabor e aroma, além de facilitar a conservação.

Em 2025, a cooperativa projeta um novo salto com a meta de produzir 900 toneladas de polpa e expandir ainda mais suas exportações. Para isso, a Amazonbai busca parcerias estratégicas, incluindo uma possível colaboração com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para aprimorar o sistema de monitoramento e certificação da produção.

Bioeconomia na Amazônia

A cooperativa, que tem como compromisso a preservação da biodiversidade amazônica, é pioneira no manejo florestal sustentável e detentora da certificação Forest Stewardship Council (FSC) para sua cadeia produtiva, que cobre uma área de 2,4 mil hectares. A certificação garante a rastreabilidade e o controle ambiental em toda a cadeia de suprimentos, desde a origem da matéria-prima até o produto final. A cooperativa também é reconhecida com o selo Orgânico e o atestado de Produto Vegano.

A iniciativa é apoiada pelo Fundo JBS pela Amazônia, focado no desenvolvimento de negócios sustentáveis. Com um investimento de R$ 3,1 milhões em doações diretas e R$ 1,5 milhão em capital de giro, a cooperativa se fortaleceu financeiramente, reduzindo sua dependência de doações filantrópicas. Em 2024, os repasses filantrópicos representaram apenas 12% da receita, um indicativo da evolução da sustentabilidade financeira da organização.

Cooperativismo sustentável

Andrea Azevedo, diretora do Fundo JBS pela Amazônia, destaca que o apoio ao negócio de base comunitária representa um avanço nas condições logísticas e de governança na Amazônia, potencializando o modelo da Amazonbai. "Isso significa que uma cooperativa pode vencer as barreiras impostas em relação à logística, gestão e governança, e se tornar um modelo a ser replicado", diz.

A cooperativa também vem conquistando avanços importantes no empoderamento feminino. Em 2023, criou a Política de Salvaguarda para garantir os direitos das mulheres e jovens envolvidas nas atividades da cooperativa. Hoje, as mulheres ocupam cargos de gestão, e a expectativa é que uma delas assuma a presidência até 2030.

A cooperativa também firmou parcerias com a associação indígena Wajãpi Terra, Ambiente e Cultura (Awatac), que fortalece a cadeia produtiva do açaí e promove o engajamento indígena. A parceria busca também o compartilhamento de saberes entre os extrativistas e as comunidades locais.

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