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Contra o plástico nos oceanos, remadores treinam sob chuva artificial para enfrentar o Ártico

Sem velas ou motor, trio vai remar 1.500 quilômetros durante três semanas e alertar para o descarte de lixo; segundo a ONU, o plástico representa 85% dos descartes marinhos

Preparação: treino incluiu condições extremas em ambientes controlados (AFP Photo)

Preparação: treino incluiu condições extremas em ambientes controlados (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2024 às 12h36.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 12h37.

Em uma piscina coberta em Dubai, três remadores treinam com chuva artificial e ondas simuladas para uma viagem ao Ártico, na qual pretendem chamar a atenção para o perigo da poluição do mar com plástico

Dois britânicos e uma irlandesa, que vivem em Dubai, passarão do calor sufocante dos Emirados Árabes Unidos (EAU) ao frio polar do Ártico, que sofreu um aquecimento três vezes mais rápido do que a média global devido à mudança climática.

Para o líder Toby Gregory, a viagem servirá para soar o alarme sobre o despejo de plástico nos oceanos, missão que empreendeu depois de uma viagem a remo no Atlântico em 2023, na qual observou "muito mais plástico do que teria imaginado".  Segundo a ONU, o plástico representa 85% dos descartes marinhos.

Gregory fundou o The Plastic Pledge no ano passado, que visa conscientizar sobre o desperdício de plástico. "Queremos inspirar um milhão de estudantes, não apenas nos Emirados Árabes Unidos, mas em todo o mundo, a mudar a forma como fazem as coisas", disse Gregori, assessor de imprensa das famílias reais dos Emirados Árabes Unidos.

"Você simplesmente leva seu lixo para fora e espera que seja reciclado? Você também pode fazer algo e ser mais proativo", disse. "A maior ameaça ao nosso planeta é que todos acreditam que alguém irá salvá-lo", acrescentou.

Desafio Ártico

O "Desafio Ártico" contará com Gregory, de 46 anos, o também britânico Andrew Savill, de 39, e a irlandesa Orlagh Dempsey, de 30, que realizarão a viagem de 1.500 quilômetros neste mês. Começarão na cidade de Tromso, norte da Noruega, e chegarão a Longyearbyen, capital do arquipélago norueguês de Svalbard. Seu plano é remar durante três semanas a bordo de um barco de oito metros com bandeira dos Emirados Árabes Unidos, sem velas nem motor.

Viajarão no verão do Hemisfério Norte, período de sol permanente na região polar, o que permitirá utilizar painéis solares para alimentar seus equipamentos de navegação e comunicação.

Realizada em parceria com a iniciativa Mares Limpos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a viagem será a primeira de uma equipe de três pessoas a remar no Oceano Ártico, e Dempsey será a primeira mulher a fazê-lo.

A equipe teve que ser criativa para treinar em Dubai, onde o calor do verão os obrigou a trabalhar em ambientes fechados. No centro de treinamento Dynamic Advanced Training, embarcaram em meio a ondas fortes e condições tempestuosas, com chuva artificial, trovões e relâmpagos.

Mas com o clima atual em Dubai acima dos 40 graus, será "muito difícil replicar" o clima do Ártico, disse Savill.  A temperatura deve ficar entre zero e 10 graus.

Na preparação, aproveitam qualquer espaço climatizado que encontram. Uma opção é o Ski Dubai, um resort com temperaturas de 2 graus negativos. "Esperamos chegar lá e treinar um pouco por algumas horas. Só para sentir o frio", disse Savill.

Dempsey espera que sua experiência no frio irlandês o ajude. "Acho que é algo ao qual nos ajustaremos mental e fisicamente quando chegarmos lá, e não acho que será um problema para nenhum de nós", acrescentou Dempsey.

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