Diversidade: Ambientes saudáveis criam produtividade ainda maior (FatCamera/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 9 de junho de 2022 às 14h01.
Última atualização em 13 de junho de 2022 às 09h56.
A empresa de dados e análise de audiência Nielsen apresenta a pesquisa Comunidade LGBTQIA+: o que está em foco?. Em sua segunda edição, o estudo retrata o comportamento da comunidade LGBTQIA+ em diversas frentes, o que pode orientar as estratégias de mercado das empresas e influenciadores no sentido de fomentar um cenário de mídia mais inclusivo e representativo.
Receba gratuitamente a newsletter da EXAME sobre ESG. Inscreva-se aqui
Segundo a Nielsen, a segunda edição do estudo tem como objetivo estimular a inclusão e promover a diversidade ao abordar questões sociais e revelar hábitos de consumo de mídia do grupo LGBTQIA+ e da população em geral.
“No caso específico da publicidade, é comum vermos muitas campanhas apoiando a causa LGBTQIA+ em junho. Porém, é necessário ir além do mês do orgulho e agir durante todo o ano, promovendo políticas públicas e corporativas para que seja uma inclusão real dentro dos mecanismos da sociedade”, diz Sabrina Balhes, líder de mensuração da Nielsen Brasil.
Realizado entre os dias 3 de fevereiro e 10 de abril deste ano, com uso de questionário online para 602 pessoas de todo o país, sendo 50% dos entrevistados membros da comunidade LGBTQIA+, o levantamento analisou setores como mídia digital, varejo, e-commerce, streaming e serviços.
A pesquisa retratou os comportamentos de consumo, presença no ambiente online, opinião sobre influenciadores e representatividade em propagandas, fazendo um comparativo entre a comunidade LGBTQIA+ e a população em geral. O estudo completo será apresentado em primeira mão ao mercado em webinar em 22 de junho.
Confira abaixo alguns dos destaques da pesquisa relativos à comunidade LGBTQIA+:
Quando perguntados sobre como a inclusão pode ser ampliada em conteúdos e propagandas de marcas, segundo 52% dos entrevistados, é preciso evitar estereótipos nas publicidades e programas, enquanto 47% acreditam no envolvimento da comunidade LGBTQIA+ neste quesito. Também 47% dos participantes da pesquisa defendem que a inclusão deste grupo populacional deve estar enraizada em todas as áreas de uma empresa, não apenas na publicidade e programação.
Grande disseminador de tendências, o público LGBTQIA+ é um dos que mais consomem conteúdo da TV paga e aberta. Dentre os itens mais acessados estão maratonas de séries por streaming. A Netflix é a plataforma favorita de 90% dos entrevistados, sendo que 86% deles afirmaram assistir séries.
No Youtube, para 79% dos consultados a principal atividade é a música. Quando o assunto é notícia, a preferência de 72% é a TV, seja paga ou aberta.
O público fica mais tempo conectado no Instagram e no Twitter do que a média semanal da população. Os dados revelam que membros da comunidade LGBTQIA+ dedicam, em média, 2,22 horas ao Instagram, mais que os dados gerais (1,73).
O estudo aponta que os usuários do Instagram são prioritariamente jovens (18-44 anos) e as mulheres LGBTQIA+ e população geral) utilizam mais que os homens, principalmente para acompanhar: família e amigos (64%), memes e vídeos engraçados (58%) e influenciadores (58%).
Em relação ao Twitter, a comunidade passa em média 0,88 horas nesta rede social, enquanto a população em geral dedica apenas 0,59 horas.
Ainda segundo o estudo, a maior parte dos consumidores LGBTQIA+ (76%) é a que mais realiza compras online e recorre ao uso de smartphone para efetivar suas novas aquisições. Este índice cai para 70% na população em geral. Quando consideradas compras em lojas físicas, as preferências do público em geral são de produtos de limpeza (63%), bebidas não alcoólicas (55%) e medicamentos (53%).
Quando questionados quanto tempo dedicam semanalmente com influenciadores, o público em geral investe cerca de uma hora a mais em relação a público LGBTQIA+, com média de 4.5 horas e 3.5 horas, respectivamente. No entanto, a preocupação com a responsabilidade social é fator determinante para comunidade LGBTQIA+. Para 29% dos entrevistados, o compromisso com o tema é essencial para acompanhar um influenciador. Entre a população em geral, este número fica em 25%.