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Conciliar o homem com a natureza é o desafio para a infraestrutura na Amazônia

Alice Carvalho, do governo federal, e Luiz Augusto Figueira, da Eletrobras, debatem a infraestrutura da região em painel do Especial Amazônia, de EXAME

Estação das Docas em Belém do Pará, cidade pode sediar a COP30 (Leandro Fonseca/Exame)

Estação das Docas em Belém do Pará, cidade pode sediar a COP30 (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de maio de 2023 às 12h11.

Por André Barros

Conciliar a preservação da biodiversidade com a necessidade de se levar infraestrutura adequada a populações espalhadas em um território extenso e em grande parte com baixa densidade demográfica é o principal desafio para a Amazônia. Participaram de debate no painel “Amazônia urbana: infraestrutura e qualidade de vida”, realizado por EXAME no especial Amazônia, Alice Carvalho, analista de infraestrutura do governo federal, e Luiz Augusto Figueira, diretor de sustentabilidade da Eletrobras, e ambos citaram a conciliação do homem com a natureza como um dos principais temas a serem levados em conta na hora de se propor projetos de infraestrutura na região.

Compreender as particularidades da Amazônia, segundo Alice Carvalho, é o primeiro passo para começar a desenvolver projetos de infraestrutura: “A Amazônia já tem o grande desafio que é a sua extensão territorial, formada por muitos municípios grandes e diversos entre si. Só Altamira [no Pará], tem tamanho superior a Portugal. A baixa densidade demográfica e os muitos biomas que existem na região são outros pontos relevantes. E existe a disparidade, as regiões metropolitanas são muito densas e o resto da população está dispersa”.

Ela cita o saneamento como uma questão a ser resolvida: “É até um contrassenso uma região com tanta água ter condições tão ruins de saneamento”, disse Alice Carvalho.

Figueira, da Eletrobras, ressaltou que a preservação da biodiversidade em paralelo à necessidade de explorar o território para gerar a infraestrutura para a população é um tema sensível: “20% da biodiversidade do planeta está na Amazônia. Temos o desafio de criar a infraestrutura respeitando essa biodiversidade e as populações originárias e ribeirinhas, os pescadores que utilizam os rios como subsistência”.

São nos rios que, hoje, estão os principais potenciais de geração de infraestrutura. Além da geração de energia, em usinas como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, as águas fluviais são uma importante solução logística para uma região extensa e sem tantas rodovias, com áreas isoladas.

“Mais do que a subsistência da pesca, a navegabilidade dos rios demanda melhor exploração. A Eletrobras tem planos para melhorar os deslocamentos desta população dentro do projeto Pró-Amazônia Legal, com recursos que vêm do projeto de capitalização da empresa por meio da Lei 14.182 de 2021”, disse o diretor de sustentabilidade da Eletrobras.

Outro grande objetivo da Eletrobras nos próximos anos é reduzir a geração de energia por modais geradores de CO2 na Amazônia, que ainda utilizam usinas térmicas em determinadas áreas. “Temos que levar energia a comunidades isoladas sem utilizar combustível fóssil. Nossa meta é propor soluções para isso”.

COP30

Para a analista de infraestrutura do governo federal, Belém (PA) tem total condições para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). “Seria uma grande sinalização para o cenário internacional termos a COP 30 na Amazônia”, disse Alice Carvalho.

Segundo ela, já estão sendo tocadas conversas entre os governos do Estado do Pará e a prefeitura de Belém para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura para dar as condições de sediar a conferência da ONU.

“As soluções da Amazônia podem servir de exemplo”, analisou Figueira, da Eletrobras. “Nós promovemos a integração do homem com a natureza de forma sustentável, olhando para o futuro e cuidando das comunidades. São exemplos não só para o País como para o mundo”.

Assista a conversa completa

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