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KPMG lança estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais” (pada smith/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 07h04.
Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 13h51.
A divulgação de informações ESG (sigla em inglês para sustentabilidade, social e governança) está mais frequente nos formulários de referência das companhias brasileiras e chega a 76%, de acordo com o estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, do ACI Institute, da KPMG.
Isto é uma alta de 12% em relação à edição anterior, evidenciando maior preocupação com transparência e abordagem do tema. O levantamento teve como base os formulários de referência de 282 companhias abertas, sendo que mais da metade (65%) delas estão atrelando indicadores ESG à remuneração variável de conselhos de administração e C-levels.
O estudo evidenciou ainda um aumento contínuo de empresas com informações ESG auditadas ou revisadas por alguma entidade independente. Em 2019 eram 43%, agora são 57%.
Além disto, mais da metade (66%) delas realizam inventários de emissão de gases do efeito estufa e 91% delas consideram uma matriz de materialidade e/ou indicadores-chave de desempenho ESG como uma das novas exigências do formulário de referência. Entre as diretrizes mais adotadas para o reporte das informações, destaca-se a Global Reporting Initiative (GRI), seguida por 96% das empresas que divulgam dados ESG.
“Em 2023, entraram em vigor novas regras de preenchimento do formulário de referência. Em consonância com a evolução de pautas internacionais, do interesse dos investidores e do cenário regulatório em diferentes jurisdições, o novo formulário de referência reforça temas em ascensão, como sustentabilidade, diversidade, transparência e accountability”, afirma Sidney Ito, CEO do ACI Institute Brasil e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil.
Há também uma preocupação com as estruturas de gestão de riscos, compliance e controles internos: 91% das companhias informaram adotar uma política formalizada de gerenciamento de riscos e 82% disseram contar com uma área específica destinada a essa função.
Atualmente, os cinco principais fatores de riscos divulgados pelas empresas são: riscos financeiros e de caixa (47%); condições políticas, econômicas e de mercado (39%); riscos operacionais (36%); riscos de segurança cibernética (29%); riscos associados à execução da estratégia de negócios e/ou plano de investimentos (24%).
Entre as organizações analisadas, houve um aumento nas que realizam avaliação do desempenho do conselho de administração (80%) e de seus membros individualmente (70%). No ano passado, esses índices eram de 74% e 59%, respectivamente.
A porcentagem de conselheiros independentes chegou a 40%, 2% a mais que na edição anterior. A maioria das empresas (88%) também tem um comitê de auditoria para assessorar o conselho de administração, composto, em média, por 35% de conselheiros independentes. Adicionalmente, 91% das companhias têm uma área de auditoria interna que se reporta diretamente ao conselho de administração.
Outro dado é que a porcentagem de empresas sem nenhuma mulher no conselho de administração caiu um ponto - passou de 29% para 28%. Considerando as respostas autodeclaradas, apenas 16% dos cargos em conselhos de administração, 15% na diretoria executiva e 17% nos conselhos fiscais são ocupados por mulheres.
“Investir em boas práticas garantirá um futuro em que a governança corporativa, cada vez mais, não seja apenas uma exigência regulatória, mas um reflexo genuíno dos valores éticos e do compromisso das empresas com o crescimento sustentável”, afirma Fernanda Allegretti, líder do Board Leadership Center Brasil e sócia-diretora de Markets da KPMG no Brasil.
Metodologia
A 18ª edição do estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais” reúne dados dos formulários de referência de 282 companhias abertas no Brasil divulgados até maio de 2023. As participantes foram selecionadas considerando os seguintes critérios: todas as empresas listadas nos segmentos diferenciados de governança da B3 (Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2) e as empresas com as 50 maiores receitas líquidas do segmento Básico, excluindo as companhias da categoria B. Essas organizações atuam em diversos setores, como Consumo; Financeiro; Utilidade Pública; Bens Industriais; Materiais Básicos; Saúde; Tecnologia da Informação; Petróleo, Gás e Biocombustíveis; e Comunicações.