Como será a hospedagem de negociadores da COP30 em Belém?
Governo brasileiro detalhou o plano de acomodação das delegações nesta quarta-feira, 23, e garante a reserva de 2.500 quartos individuais com valores de até 600 dólares
A pressão sobre a infraestrutura hoteleira da região metropolitana da capital do Pará se intensificou nos últimos meses, com a ocupação praticamente esgotada e os preços nas alturas (Getty Images)
De 10 a 21 de novembro, a capital do Pará irá sediar o maior evento de combate à crise climática do mundo e corre contra o tempo para garantir a infraestrutura e acomodação de todos os estimados 50 mil participantes e 196 países-membros da ONU.
Nesta quarta-feira, 23, o secretário da COP30, Valter Correia, anunciou que o Brasil estruturou um plano de acomodação que prioriza a acessibilidade e garante que todas as partes negociadoras da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) tenham suporte adequado.
O plano assegura a reserva de 2.500 quartos individuais em hotéis, navios e imóveis. Os valores variam entre 100 e 600 dólares (R$ 550 a R$ 3.300) e as opções serão distribuídas estrategicamente entre todas as delegações. Para organizar a logística, os países foram divididos em dois grupos distintos, seguindo critérios estabelecidos pela própria ONU.
O primeiro grupo engloba 73 nações classificadas como Países Menos Desenvolvidos (LDC) e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID). Essas delegações terão direito a 15 quartos cada uma, com tarifas mais acessíveis que variam entre 100 e 220 dólares (R$ 550 a R$ 1.210).
Já o segundo grupo inclui os demais países participantes, que contarão com 10 quartos garantidos por delegação. Para essas nações, os valores ficam entre 230 e 600 dólares (R$ 1.265 a R$ 3.300) por acomodação.
Capacidade total de hospedagem
Em preparação para a COP30, Belém ampliou a infraestrutura de hotéis da cidade e também investiu na expansão da malha aérea, implementação de esquemas especiais de segurança e planejamento de alimentação sustentável com viés regional e amazônico.
No total, há [grifar]28 mil quartos disponíveis em diferentes modalidades e a meta é chegar a 50 mil leitos nos próximos meses.
Destes, a rede hoteleira tradicional oferecerá 7.900 quartos, totalizando 14.300 leitos. Outras soluções encontradas são navios, adaptação de escolas públicas e outros estabelecimentos para funcionarem como 'hostels' e até parcerias com o Airbnb.
Como hospedagem alternativa, dois cruzeiros irão oferecer 3.900 cabines que comportam 5 mil leitos.
Os cruzeiros serão da MSC Seaview e Costa Diadema, contratados pela Embratur através da operadora Qualitours e ficarão atracados no Terminal Portuário de Outeiro. (Divulgação/Divulgação)
Imóveis residenciais também foram incorporados ao sistema, com 16.500 quartos e capacidade para 25 mil pessoas. As demais alternativas adicionam mais 1.300 quartos e 10.500 leitos ao total, destacam autoridades.
Plataforma oficial
As acomodações estão sendo gerenciadas através de uma plataforma digital oficial da COP30, desenvolvida em parceria entre o governo brasileiro e a ONU e com a operação da empresa Bnetwork.
O sistema de reservas funciona por etapas, começando pelos países do primeiro grupo, que recebem indicações de pacotes dentro de suas necessidades e orçamentos. Esta fase está prevista para acontecer até 25 de julho.
Após receberem as indicações, as delegações têm um prazo de dez dias para confirmar sua adesão aos pacotes sugeridos.
A promessa era colocar a plataforma no ar até junho, mas houve atrasos no processo e por enquanto o serviço está disponível apenas para delegações de países.
Segundo o governo, a ideia é facilitar o acesso dos participantes e garantir preços mais acessíveis em torno de US$ 100 (R$ 550) por diária.
Valter Correia destacou que o processo visa garantir que todos os países tenham acesso equitativo às melhores opções disponíveis, respeitando as diferenças econômicas entre as nações.
“Nós queremos que todos os valores sejam acessíveis. Estamos trabalhando muito para isso, como é visto. Tanto nós aqui do governo federal, quanto do estado (do Pará) e da prefeitura (de Belém), com envolvimento direto dos dirigentes, que fizeram várias reuniões com a rede hoteleira e com as imobiliárias. Estamos colocando os melhores imóveis com os melhores preços nesse momento”, frisou em nota.
Preços nas alturas
A pressão sobre a infraestrutura hoteleira da região metropolitana da capital do Pará se intensificou nos últimos meses, com a ocupação praticamente esgotada e os preços nas alturas.
Alguns relatos nas redes sociais causaram indignação: locais que usualmente custam R$ 200 por diária já anunciaram valores superiores a R$ 1.500 no período e casos exorbitantes chegaram à casa do milhão durante os 10 dias.
Especialistas alertam que a especulação imobiliária desenfreada tem gerado um cenário de 'abusos' e contratos sem transparência, criando uma lógica perversa que exclui os próprios moradores de Belém deste mercado no evento que acontece em sua própria cidade.
Muitos belenenses relatam dificuldades para encontrar acomodações acessíveis, seja para receber familiares na conferência ou mesmo para uso próprio em caso de necessidade.
Além disso, a tendência vai na contramão do evento que se propõe a incluir a sociedade civil e os povos amazônicos como protagonistas das discussões do clima.
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Comunidade ribeirinha no Rio Amazonas, entre Manaus e Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Ribeirinhos aguardam a passagem dos barcos na volta de Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Embarcação no Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas -
Foto: Leandro Fonseca
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Embarcação no Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas -
Foto: Leandro Fonseca
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Barco no Rio Amazonas
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Ribeirinhos aguardam a passagem dos barcos na volta de Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Airão Velho - Ruinas de Airão Velho - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Ribeirinhas do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza - futebol
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - futebol - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Futebol - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Samaúma a grande arvore da Amazônia - Amazonia - Parque Nacional do Jaú - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Turistas na Expedição Katerre - Turismo - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Abaetuba no Pará - Amazonia -
Foto: Leandro Fonseca
data: outubro 2022
(Abaetuba no Pará - Amazonia -Foto: Leandro Fonsecadata: outubro 2022)
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Abaetuba no Pará - Amazonia -
Foto: Leandro Fonseca
data: outubro 2022
(Abaetuba no Pará - Amazonia -Foto: Leandro Fonsecadata: outubro 2022)
Em 24 de julho nós esgotamos todos os recursos naturais possíveis de regeneração em 2025, segundo cálculo anual da Global Footprint Network; Países desenvolvidos lideram consumo insustentável
Pedido foi motivado pelo caso de vulnerabilidade de Tuvalu e impacta os 198 países vinculados a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a poucos meses da COP30