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Livros que tratam as mudanças climáticas de forma lúdica são boas alternativas para abordar o tem em sala de aula (Maskot/Divulgação)
Diretora de ESG na EXAME
Publicado em 12 de novembro de 2023 às 07h50.
Recentemente, fui convidada a dar uma aula sobre “mudanças climáticas” na escola das minhas filhas. Por mais que eu tenha ficado feliz com o convite, claro que o pânico tomou conta de mim. Afinal, como disse Marina Filippe, repórter da EXAME especializada em ESG, “tem tanto adulto que não entende esse tema, como você vai explicar para as crianças?” Ela poderia ter me apavorado mais ao lembrar que falarei sobre esse tema por 40 minutos para todos os alunos do Infantil 5 – ou seja, umas 100 crianças entre 5 e 6 anos. Talvez a Marina não soubesse desse detalhe.
Passado o susto, chegou a hora de planejar a aula. Em casa, sempre conversamos sobre a natureza e a necessidade de proteger as florestas e os animais. A paixão das minhas filhas pelos personagens do folclore, especialmente o Saci Pererê e o Curupira, trouxe novas perspectivas a essas conversas. E, quando achei que era hora de falar mais diretamente sobre as mudanças climáticas, dois livros me ajudaram nesse processo.
“Mudanças climáticas para bebês”, de Chris Ferrie e Katherina Petrou, publicado no Brasil pela editora Blucher, ensina que ao redor do planeta existe um “cobertor” chamado atmosfera. Esse cobertor é o ideal para manter a temperatura do planeta, mas, como os gases poluentes estão colando nesse cobertor, ele está se tornando quente demais. O livro nos ensina, de maneira muito didática, que a poluição deixa a Terra “com febre”, e isso traz consequências como furações, nevascas, inundações e deslizamentos. Além disso, o livro nos mostra o que podemos fazer para poluir menos e como as florestas ajudam a manter o equilíbrio.
“Azul e Lindo: Planeta Terra, Nossa Casa”, de Ruth Rocha e Otavio Roth, publicado pela editora Salamandra, ensina que precisamos cuidar da Terra, pois ela é a nossa casa e o único planeta no qual podemos viver. O livro fala sobre a importância de preservar os recursos naturais e viver em harmonia com a natureza, além da necessidade de diálogo e planejamento quando o assunto são mudanças climáticas.
Precisamos limitar o aquecimento global a 1,5oC até 2050 quando comparado ao nível pré-industrial. Em 2050, a Alice fará 33 anos e a Isabela 31. Tenho certeza de que, em relação à preservação da natureza, a geração delas será muito mais consciente que a minha. E tenho esperança de que a geração delas ajude a conscientizar os adultos e nos traga o senso de urgência e importância que as mudanças climáticas demandam. Caso contrário, são nossos filhos, e nossos netos, que sofrerão as maiores consequências.
ps.: acredito que a aula foi um sucesso, pois fui chamada para repetir a mesma aula com crianças que não puderam participar da primeira. E, nas duas aulas, fiquei surpresa com o conhecimento das crianças sobre o tema e o quanto queriam participar.