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Como essa empresa brasileira fatura R$ 1,7 bi dando segunda vida a eletrônicos

Simpress inaugura centro em São Paulo capaz de processar 1,7 mil equipamentos por dia, transformando notebooks e smartphones usados em produtos novos de menor impacto ambiental

O Brasil é o 5º país que mais produz lixo eletrônico no mundo e bateu recordes em 2024 (JBS/Getty Images)

O Brasil é o 5º país que mais produz lixo eletrônico no mundo e bateu recordes em 2024 (JBS/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 13h00.

Última atualização em 1 de setembro de 2025 às 14h40.

Na Simpress, empresa de aluguel de eletrônicos para o segmento corporativo presente em mais de 75% dos municípios brasileiros, aproveitar os equipamentos usados se tornou uma 'oportunidade de ouro' para reduzir o impacto ambiental do setor de tecnologia.

Em vez de comprar novos, o negócio aposta na economia circular e reciclagem desde o início de suas operações nos anos 2000.

Agora, a companhia dá mais um passo e acaba de inaugurar seu segundo centro de serviços de remanufatura em Santana de Parnaíba (SP).

Com um investimento de R$ 2,5 milhões, a fábrica será capaz de processar 1,7 mil dispositivos por dia entre novos e reciclados -- o equivalente ao armazenamento de 120 mil unidades.

Em 2024, o reaproveitamento de eletrônicos saltou 87,6% em relação ao ano anterior, passando de 8,9 mil para 16,7 mil unidades. Para 2025, a meta é ainda mais ambiciosa e prevê um crescimento de 65% com o novo centro.

Atualmente, o Brasil é o 5º país que mais produz lixo eletrônico no mundo e o projeto quer combater o problema ambiental. 

À EXAME, Vittorio Danesi, CEO da empresa, reforçou a sustentabilidade tecnológica como estratégia do negócio. "Isso significa fazer a revitalização de dispositivos para que eles retornem ao uso e tenham o máximo de vida útil", explicou.

Economia circular no setor de tecnologia

Mas afinal, como funciona na prática? Imagine uma empresa que contrata 100 notebooks por dois anos. Quando o contrato termina, os equipamentos voltam para a Simpress avaliar a melhor destinação.

Um notebook que ainda está funcionando bem recebe uma "reforma completa" – limpeza profunda, formatação, instalação de software atualizado, teste de bateria e teclado, troca de peças desgastadas. Em seguida, o mesmo equipamento é oferecido para outro cliente por mais dois anos, com garantia e suporte iguais aos de um produto novo.

"A melhor destinação para um aparelho é ele voltar para uso", destaca Carlos Pulici, vice-presidente de operações da Simpress. "Além de reduzir o impacto ambiental, proporcionamos um modelo mais eficiente para os clientes."

A eficiência também se traduz em crescimento financeiro. No ano passado, a empresa bateu uma receita recorde de R$ 1,7 bilhão e dobrou seu faturamento em quatro anos.

Atualmente, são mais de 3 mil clientes atendidos e 60 deles estão entre as 100 maiores companhias do país. Seu parque industrial cresceu de menos de 200 mil dispositivos em 2019 para mais de 700 mil em 2025.

O CEO vê na remanufatura não apenas uma questão de pegada de carbono, mas um diferencial competitivo. 

"Ao longo dos anos, crescemos em clientes e operação e precisamos expandir", afirmou Danesi.

Para os clientes, a opção por equipamentos mais sustentáveis vai além do consumo consciente e traz uma alternativa economicamente atrativa sem comprometer a qualidade ou performance.

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