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A sinergia entre os setores energéticos gera soluções eficientes. (Freepik/Reprodução)
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 15h00.
A transição energética global, impulsionada pelo Acordo de Paris (2015), tem acelerado a busca por fontes de energia limpas e renováveis. No entanto, essas fontes, como eólicas e solares, apresentam desafios devido à sua variabilidade e incerteza, o que exige uma abordagem mais integrada entre os setores energéticos para garantir resiliência e flexibilidade nos sistemas de energia.
Para mitigar os efeitos da intermitência das fontes renováveis, é necessário aumentar a flexibilidade dos sistemas de energia. Isso inclui o uso de tecnologias de armazenamento, como baterias de resposta rápida, hidrelétricas com capacidade de armazenamento de longo prazo e esquemas de resposta da demanda. Esses mecanismos permitem equilibrar a oferta e demanda de energia de forma mais eficiente, garantindo maior estabilidade.
Países com recursos hídricos abundantes, como o Brasil, têm aproveitado hidrelétricas com reservatórios para oferecer essa flexibilidade. Além disso, o desenvolvimento de usinas reversíveis e a integração com baterias estão no centro dessa estratégia. Nos EUA, o foco é em baterias de grande escala e modernização das redes e gás natural para apoiar a expansão das energias solar e eólica. Na Alemanha, o investimento se concentra em hidrogênio verde (hidrogênio produzido exclusivamente a partir de fontes renováveis) e interconexões. Já o Japão e a Coreia do Sul apostam em baterias avançadas e energia nuclear para complementar suas matrizes.
A sinergia entre os setores energéticos gera soluções eficientes. Um exemplo claro é o uso dos eventuais excedentes de eletricidade renovável para produzir hidrogênio verde, que pode ser usado tanto como combustível quanto para armazenamento de energia. Além disso, a combinação de gás natural com hidrogênio nas redes de distribuição ajuda a reduzir as emissões de carbono, otimizando o uso da infraestrutura existente para criar soluções mais sustentáveis.
Em um cenário de incertezas climáticas e tecnológicas, ferramentas computacionais desempenham um papel vital no planejamento energético. Elas permitem analisar investimentos em tecnologias de geração, transmissão e armazenamento, além de avaliar impactos e otimizar recursos. Dessa forma, é possível mitigar riscos e garantir que os investimentos sejam bem direcionados para promover a sustentabilidade e segurança energética.
Uma abordagem integrada, apoiada por ferramentas analíticas, não só melhora a eficiência operacional e reduz custos, como também facilita a adaptação das soluções energéticas às características de cada país. Esse planejamento colaborativo é crucial para garantir um futuro energético resiliente e alinhado às metas globais de descarbonização.