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A migração forçada do país insular é vista como um sinal das mudanças climáticas no planeta (Getty Images)
Redator
Publicado em 30 de julho de 2025 às 05h41.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 10h37.
Tuvalu, na Polinésia, vive uma situação tão catastrófica quanto insólita. Mais de 3 mil habitantes se candidatando para deixar a ilha, o que equivale a quase um terço da população do país, em busca de outro lugar para viver. Situado a apenas 4,5 metros acima do nível do mar, o país corre o risco de deixar de existir em um futuro próximo.
A migração forçada do país insular é vista como um sinal das mudanças climáticas no planeta. A Austrália, maior nação da Oceania, está acolhendo o povo de Tuvalu. Por meio do Tratado da União Falepili, assinado em 2023, durante reunião de líderes no Fórum de Ilhas do Pacífico, o país criou uma via de migração que está sendo conhecida como o primeiro "visto climático".
Por meio de uma cooperação bilateral, a Austrália concederá benefícios de residência permanente aos tuvaluanos, sem exigir que eles comprovem que já foram deslocados.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), as mudanças climáticas são preocupantes por agirem como um multiplicador de ameaças, gerando conflitos e aumentando a pobreza no mundo.
Em Camarões, por exemplo, a escassez dos recursos hídricos provocou confrontos mortais entre pastores e pescadores em 2021, forçando milhares de pessoas a fugir.
A Austrália se comprometeu a reconhecer a soberania de Tuvalu mesmo que fisicamente o território seja coberto pelo mar, preservando, assim, a nacionalidade de seus cidadãos.
Entre 2008 e 2018, mais de 80% dos novos deslocamentos causados por desastres em todo o mundo ocorreram na Ásia, especialmente na região do Pacífico. Tuvalu, situada em frágeis bancos de areia, está bem no centro dessa ameaça.