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Segundo cientistas, trabalho de neutralização de emissões já não é mais o (Paulo Whitaker/Reuters)
Repórter de ESG
Publicado em 23 de junho de 2025 às 15h29.
Cinco vezes o tamanho da Amazônia brasileira: essa é a área necessária para que as 200 maiores empresas de combustíveis fósseis compensem suas emissões de gases de efeito estufa. Os dados são de uma pesquisa dvulgada na Communications Earth & Environment, publicação da revista Nature.
O levantamento analisou o volume de reservas dessas empresas e estimou a quantidade de CO2 que será liberada até 2050. O cálculo apontou que a área necessária para neutralizar as emissões é de 24,7 milhões de quilômetros quadrados, um território três vezes maior que o Brasil e superior a toda a extensão da América do Norte.
No entanto, essa solução não é vista como é inviável: para plantar uma floresta desse tamanho, seria necessário sacrificar cidades, áreas agrícolas e outros espaços produtivos.
Com as mudanças climáticas em curso, reduzir as emissões de dióxido de carbono tornou-se um dos maiores desafios para corporações que buscam minimizar seus impactos ambientais e o aquecimento global. Além de investir em inovações tecnológicas que diminuam os danos, o reflorestamento também é considerado uma medida eficaz, pois as árvores capturam o carbono da atmosfera.
Contudo, segundo os cientistas, isso já não é mais suficiente — nem do ponto de vista ambiental nem econômico.
A pesquisa avaliou a “valorização líquida ambiental” das 200 maiores petrolíferas, considerando o valor das empresas após descontadas as despesas necessárias para compensar suas emissões. O estudo conclui que cerca de 95% delas teriam um valor negativo se tentassem compensar as emissões de suas reservas fósseis.
Dessa forma, é mais vantajoso economicamente reduzir a extração de combustíveis fósseis do que tentar mitigar os danos ambientais com projetos de reflorestamento.
Além disso, o cenário se torna ainda mais desafiador: mesmo com a transição para energias limpas, é esperado que uma grande quantidade das 182 bilhões de toneladas de carbono contidas nas reservas das empresas ainda seja liberada.
Os pesquisadores, portanto, sugerem que a verdadeira estratégia seja a descarbonização das companhias por meio da redução direta de suas emissões, em vez de se apoiar em compensações ambientais.