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Com seca e calor, Canadá registra mais de 170 incêndios

Cidade chega a ter 90% de território queimado; ministro diz que este pode ser apenas o "início do que promete ser um verão longo e difícil"

Colunas de fumaça dos incêndios florestais em British Columbia (AFP/AFP)

Colunas de fumaça dos incêndios florestais em British Columbia (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 3 de julho de 2021 às 16h50.

Última atualização em 3 de julho de 2021 às 17h20.

As forças armadas do Canadá estão em alerta neste sábado, 3, para ajudar a evacuar as cidades e combater mais de 170 incêndios causados por uma onda de calor sufocante e pela seca no oeste do país.

Ao menos 177 incêndios ocorreram na província da Colúmbia Britânica, dos quais 76 foram registrados nos últimos dois dias, disseram as autoridades. A maioria foi causada por raios.

"Ontem [sexta-feira] observamos cerca de 12.000 relâmpagos", afirmou Cliff Chapman, diretor de operações do serviço de bombeiros da Colúmbia Britânica, de acordo com a emissora pública CBC.

"Muitos desses relâmpagos caíram perto de comunidades, como visto na área de Kamloops", 350 quilômetros a nordeste de Vancouver, acrescentou.

Embora o fenômeno da "cúpula de calor" que retém o ar quente na região seja responsabilizado pelas condições sufocantes no oeste dos Estados Unidos e Canadá, os especialistas dizem que as mudanças climáticas estão fazendo com que os recordes de temperatura sejam quebrados com mais frequência.

A nível mundial, a década que antecedeu 2019 foi a mais quente já registrada, e os cinco anos mais quentes ocorreram desde 2012, de acordo com o climate.gov.

Na sexta-feira, o ministro canadense de Segurança Pública, Bill Blair, apontou para "condições de seca e calor extremo" que são "inéditas" na Colúmbia Britânica.

"Esses incêndios mostram que estamos no início do que promete ser um verão longo e difícil", acrescentou em entrevista coletiva.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro Justin Trudeau se reuniu com um Grupo de Resposta a Incidentes, que inclui vários ministros, após conversar com lideranças locais, provinciais e indígenas.

"Estaremos aqui para ajudar", disse ele a jornalistas.

O grupo informou que decidiu estabelecer um centro de operações em Edmonton, no oeste do país, com até 350 efetivos militares para prestar apoio logístico à região, segundo o ministro da Defesa, Harjit Sajjan. Aviões militares também foram enviados.

Cerca de mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas por causa dos incêndios na Colúmbia Britânica, e muitas outras estão desaparecidas.

Ao menos 719 pessoas morreram na semana, "três vezes mais" do que a média naquele período, relatou o departamento médico-legista d Colúmbia Britânica.

Lisa Lapointe, a chefe legista da província, informou que o calor extremo era provavelmente um "fator importante".

A pequena cidade de Lytton foi evacuada na quarta-feira depois que um incêndio se espalhou rapidamente pela área. Cerca de 90% da cidade foi queimada, segundo Brad Vis, deputado que representa a área.

Na terça-feira, 49,6 graus Celsius foram registrados nesse povoado, um recorde no Canadá.

A onda de calor continuou a se expandir pelo Canadá neste sábado, afetando também as províncias de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, assim como partes dos Territórios do Noroeste e partes do norte de Ontário.

Mais ao sul, os estados americanos de Washington e Oregon também vivenciam temperaturas recordes.

Ao menos 94 pessoas morreram em Oregon devido à onda de calor, alertaram as autoridades na sexta-feira. E na Califórnia, três incêndios já destruíram cerca de 16.200 hectares no norte do estado.

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