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Com mais de 360 empresas na Agenda 2030, Pacto Global realiza Fórum e consolida virada no Brasil

Sob liderança interina de Guilherme Xavier, organização promove Fórum Ambição 2030, celebrando crescimento de adesões durante período de transição

Guilherme Xavier, diretor executivo interino do Pacto Global no Brasil: "Os temas ESG não perderam relevância, pelo contrário, estão mais presentes." (Leandro Fonseca /Exame)

Guilherme Xavier, diretor executivo interino do Pacto Global no Brasil: "Os temas ESG não perderam relevância, pelo contrário, estão mais presentes." (Leandro Fonseca /Exame)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 29 de maio de 2025 às 13h53.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 14h21.

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Quando Guilherme Xavier assumir o microfone no Teatro Santander, em São Paulo, no próximo dia 4 de junho, para abrir a terceira edição do Fórum Ambição 2030 do Pacto Global, será mais que uma apresentação de boas-vindas

Representará o momento simbólico de uma organização que, nos últimos seis meses, passou por uma profunda renovação sob sua liderança interina, em um dos anos mais decisivos da agenda ambiental global.

O evento promete ser dos mais relevantes encontros sobre sustentabilidade corporativa do Brasil, ao mobilizar empresas e organizações em torno de compromissos alinhados à Agenda 2030 da ONU, neste ano em que o país também sedia a COP30, a mais importante conferência climática do mundo.

O Fórum também marcará o lançamento do Relatório Ambição 2030 – Ano 3, com dados atualizados sobre os compromissos empresariais, e o reconhecimento de 16 empresas por iniciativas exemplares nos dez Movimentos da estratégia: +Água, Ambição Net Zero, Conexão Circular, Elas Lideram 2030, Mente em Foco, Raça é Prioridade, Salário Digno, Transparência 100%, Educa2030 e Impacto Amazônia.

A programação contará com nomes como Dan Ioschpe, Climate Champion da COP30; Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil; Tatiana Rosito, embaixadora e Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda; Albert Cheung, Deputy CEO da BloombergNEF; e Geyze Diniz, do Pacto Contra a Fome.

A Agenda 2030, que embasa o relatório a ser apresentado no Fórum, baseia-se em um conjunto de 17 objetivos globais e 169 metas estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, visando alcançar um desenvolvimento sustentável até 2030, restando agora apenas cinco anos para o cumprimento dessas metas globais.

Uma jornada de mais de duas décadas

Criado em 2000 por Kofi Annan, então Secretário-Geral da ONU, o Pacto Global das Nações Unidas é uma convocação para que corporações de todo o mundo alinhem suas operações e estratégias a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção

A iniciativa chegou ao Brasil em 2003 e, hoje, a rede brasileira é a segunda maior do mundo, com mais de 2 mil participantes. Em 2021, a organização brasileira se transformou em instituto de direito privado, fortalecendo assim sua estrutura legal e operacional.

Ao longo desses anos, o Pacto Global ainda conduziu ou coliderou mais de 60 projetos abrangendo temas como água, oceano, resíduos, agricultura, florestas, clima, direitos humanos, trabalho, anticorrupção, engajamento e comunicação.

A chegada de Guilherme Xavier coincidiu com um período de reflexão necessária para a organização.

"Fragmentamos muito", admite o executivo com a franqueza de quem diagnosticou e encarou com precisão - junto ao time de conselheiros capitaneado por Rachel Maia e Ana Fontes - enormes desafios.

No semestre passado, o Pacto enfrentou, no Brasil, uma crise interna, que culminou nas demissões dos então CEO e diretor de estratégia. Paralelamente, o movimento de sustentabilidade empresarial passava também por muitas transformações em função sobretudo do cenário geopolítico.

Dentro de casa, a organização passou por uma revisão profunda que incluiu fortalecimento da governança e da estrutura de compliance.

"A reestruturação foi focada em recuperação e fortalecimento dos nossos processos, o que incluiu conferir um novo olhar também à base de empresas signatárias", explica o executivo sobre o rigor técnico que aplicou à renovação organizacional, num processo que deve se concluir nas próximas semanas, com o anúncio da nova liderança no Brasil.

"E de janeiro para cá, não registramos nenhum desligamento voluntário de corporações. Houve apenas um processo de "limpeza" da base, removendo aquelas que não cumpriram com suas obrigações de prestação de contas", destaca Xavier.

No mesmo período, a confirmação da confiança do setor privado - na importância do Pacto e no time que seguiu mantendo vivas a agenda e a operação - veio contundente: mais de 160 novas empresas aderiram ao programa, mantendo o ritmo histórico de crescimento de signatários na rede.

A prévia de resultados da estratégia Ambição 2030, que serão apresentados no Fórum do dia 4 de junho, materializa o legado das mais de duas décadas brasileiras de mobilização:

Até o momento, são 362 empresas mobilizadas, 680 cartas-compromisso assinadas e cerca de 1.600 compromissos públicos assumidos relacionados a temas urgentes como clima, água, diversidade, saúde mental, anticorrupção, educação e inclusão produtiva.

Confiança na renovação, maturidade na agenda

Guilherme Xavier passou a acompanhar o Pacto Global com mais proximidade em meados de 2022, quando atuava como líder de clima e sustentabilidade na consultoria Oliver Wyman. Sua trajetória no universo de sustentabilidade é, no entanto, anterior.

A experiência que o credenciou para passar de espectador dos eventos da organização para diretor interino, incluiu participação em missões internacionais e uma sólida formação técnica, com ênfase em projetos de redução de pegada de carbono para empresas, estratégias net zero para bancos e análises de risco climático.

Como muitos especialistas que atravessaram diferentes ciclos do ESG, Xavier traz uma perspectiva equilibrada sobre o momento atual da pauta.

"A crise climática continua, as questões de gênero e raça permanecem, a questão de boas práticas de governança também. Os temas não perderam relevância, pelo contrário, estão mais presentes", observa.

"Só que agora é preciso separar o joio do trigo - identificar quem realmente tem capacidade de ser o melhor porta-voz para essas agendas."

Para o executivo, parte do processo pelo qual passou o próprio Pacto Global espelha justamente um movimento mais amplo no universo corporativo brasileiro.

"O voluntarismo empresarial encontra seus limites na realidade do mercado", observa, referindo-se à necessidade de evolução da agenda ESG.

A seu ver, está em curso uma nova e necessária fase para a sustentabilidade corporativa brasileira, onde maturidade, pragmatismo estratégico e urgência climática finalmente se encontram.

Após o Fórum Ambição 2030, o foco da organização se volta principalmente para a COP30. E em cristalizar a transformação pela qual passou e espera fomentar.

A programação completa do evento pode ser conferida aqui.

Acompanhe tudo sobre:Pacto Global da ONU no BrasilSustentabilidadeESGCOP30

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