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Com estratégia ESG definida na holding, Cosan norteia investimentos na transição energética

Grupo lança conjunto de objetivos e direcionadores que irão guiar a alocação de capital nas controladas e as futuras aquisições

Ferrovia da Rumo, do Grupo Cosan: transição energética norteia investimentos da companhia (Fabiano Accorsi/Divulgação)

Ferrovia da Rumo, do Grupo Cosan: transição energética norteia investimentos da companhia (Fabiano Accorsi/Divulgação)

Rodrigo Caetano
Rodrigo Caetano

Editor ESG

Publicado em 7 de junho de 2023 às 10h08.

A Cosan divulgou, nesta terça-feira, 6, um conjunto de objetivos e direcionadores que irão nortear as decisões de investimento do grupo até o final da década. Chamado de Visão 2030, o documento apresenta diretrizes sobre os principais aspectos do ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês), como mudanças climáticas, diversidade e impacto social.

“Como holding, tínhamos um controle mais informal dessas questões. O que estamos fazendo agora é formalizar nossos objetivos para dar mais transparência tanto internamente, na gestão das controladas, quanto externamente, no relacionamento com investidores”, afirma Marina Carlini, head de ESG do grupo.

O documento vem sendo discutido há cerca de nove meses e envolveu o conselho da holding, a diretoria das controladas e outros stakeholders. Segundo Carlini, foram conduzidas mais de 60 entrevistas com lideranças. O desafio, diz a executiva, foi encontrar denominadores comuns. “As empresas do grupo já tinham políticas ESG, e elas seguem valendo. A Visão 2030 estabelece metas compartilhadas.”

Gestão dos ativos

As diretrizes também direcionarão aquisições que possam vir a acontecer no futuro. A ideia é que a holding atue como uma gestora de portfólio, e tome decisões com base no que está formalizado na estratégia ESG. Acima dessas diretrizes, está o conceito de transição energética, que já vinha orientando as decisões da holding no que se refere à estratégia de mercado.  

Atualmente, a Cosan se divide em quatro segmentos: energias renováveis (Raízen), produção e logística de alimentos (Rumo), gás e petróleo (Compass e Moove) e mineração (Vale). O fio que une essas empresas é a descarbonização da economia, seja pela produção e energia limpa, como no caso da Raízen, maior empresa de etanol do país; seja pela necessidade de substituir combustíveis fósseis por energia renovável, casos das empresas do setor de logística e mineração.

Uma dificuldade, diz Carlini, é comunicar a estratégia comum ao grupo e, principalmente, aos investidores. “O mercado financeiro colocou pressão nas empresas”, afirma a executiva. “Com esse movimento, o investidor terá menos trabalho: em vez de ler cinco relatórios de sustentabilidade, terá as informações centralizadas.”

Metas fatiadas

Apesar de definir um prazo até 2030 para o conjunto das metas, a Cosan fatiou alguns objetivos. Até 2024, por exemplo, todas as empresas do grupo terão de formalizar os critérios ESG na alocação de capital. Em 2025, será formalizado um plano de investimento social privado e, até 2026, todos os conselhos terão de contar com, pelo menos, uma mulher e um representante de grupos minorizados.

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