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Cientistas confirmam que mudanças climáticas pioraram incêndios em Los Angeles; entenda

Cerca de 30 pessoas morreram e mais de 10 mil casas foram destruídas durante a tragédia

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 08h49.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 08h53.

Um estudo científico confirmou que as mudanças climáticas tiveram um papel crucial no clima quente e seco que levou aos incêndios devastadores em Los Angeles. Segundo a World Weather Attribution, referência global na análise de eventos extremos, essas condições climáticas se tornaram cerca de 35% mais prováveis devido ao aquecimento global.

De acordo com a rede televisiva inglesa BBC, os pesquisadores destacaram que a temporada de incêndios na região está se alongando, enquanto as chuvas que costumam conter o fogo estão diminuindo.

Embora múltiplos fatores influenciem esses incêndios, os cientistas afirmam com confiança que o aquecimento global está tornando Los Angeles mais vulnerável a episódios intensos de fogo.

"As mudanças climáticas aumentaram o risco dos devastadores incêndios florestais de Los Angeles", disse a Dra. Clair Barnes, do Imperial College de Londres, principal autora do estudo.

"As condições de seca estão se prolongando com mais frequência até o inverno, aumentando a chance de um incêndio ocorrer durante os fortes ventos de Santa Ana, que podem transformar pequenas ignições em infernos mortais."

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Os ventos de Santa Ana são ventos fortes e rajados de leste ou nordeste que sopram do interior da Califórnia em direção à costa. Cerca de 30 pessoas morreram e mais de 10.000 casas foram destruídas nos incêndios rápidos e devastadores que atingiram Los Angeles no início de janeiro.

Um novo estudo analisou as chamadas condições propensas a incêndios, que favorecem a ocorrência de queimadas perigosas. A pesquisa foi conduzida pela World Weather Attribution (WWA), grupo global que investiga como o aquecimento climático influencia eventos extremos como ondas de calor, secas, inundações e incêndios.

Desde a Revolução Industrial, a queima massiva de carvão, petróleo e gás lançou bilhões de toneladas de gases na atmosfera, elevando a temperatura global em cerca de 1,2 °C. Esse aquecimento funciona como um cobertor, intensificando desastres naturais.

Usando modelos climáticos e dados estatísticos, os pesquisadores demonstraram o impacto do aquecimento global em eventos extremos. No caso dos incêndios de Los Angeles, descobriram que as condições quentes e secas que os causaram ocorrem, em média, a cada 17 anos — um aumento de probabilidade de 35% em comparação a um mundo sem aquecimento.

"Os modelos mostram praticamente os mesmos resultados que as observações reais", afirmou a Dra. Friederike Otto, chefe da WWA. "Estamos confiantes de que podemos atribuir esse fenômeno ao aquecimento global, também de forma quantitativa."

Os cientistas também analisaram a duração da temporada de incêndios e descobriram que ela aumentou em cerca de 23 dias desde 1850, à medida que o mundo aquece. Isso significa que as condições secas e os ventos de Santa Ana, fundamentais para a propagação dos incêndios, estão coincidindo com mais frequência, agravando a crise.

Outro fator crucial é a seca. As condições na região de Los Angeles entre outubro e dezembro são agora 2,4 vezes mais prováveis do que antes do uso intensivo de combustíveis fósseis. Os pesquisadores confirmam que as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de temperaturas elevadas e tempo seco, fatores que favoreceram os incêndios.

No entanto, eles são mais cautelosos ao relacionar o aumento das temperaturas à duração da temporada de incêndios ou à redução das chuvas, pois os modelos não indicaram uma conexão clara. Ainda assim, a principal conclusão é que um mundo mais quente torna incêndios devastadores mais frequentes — e, com a queima contínua de combustíveis fósseis, essa tendência deve se agravar.

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