ESG

Sob pressão de investidores, Chevron e Exxon divulgam resultados

Acionistas exigem que as petroleiras reduzam a pegada de carbono, investindo menos em petróleo e mais em energia limpa. A italiana ENI também divulga seus números

Campos de petróleo no Texas: investidores querem que petroleiras americanas invistam mais em energias limpas (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

Campos de petróleo no Texas: investidores querem que petroleiras americanas invistam mais em energias limpas (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 30 de julho de 2021 às 06h00.

As petroleiras Chevron, Exxon e ENI divulgam, nesta sexta-feira, 30, seus resultados para o segundo trimestre. No caso das duas primeiras, ambas americanas, a expectativa é de ganhos puxados pela alta no preço do petróleo e por medidas de redução de custos. Um balanço positivo, no entanto, não deve ser suficiente para aplacar a desconfiança de boa parte dos investidores, que pedem uma virada no modelo de negócios das companhias.

O cenário para as americanas é bem diferente do enfrentado pela ENI. A petroleira italiana vem investindo pesado em energias renováveis, na busca por se afastar do setor de combustíveis fósseis. Na quinta-feira, 29, ela anunciou a aquisição de nove projetos de energia renovável na Espanha, adicionando mais 1,2 gigawatts de potência limpa instalada ao seu portfólio.

Veja exemplos práticos de como as empresas geram valor aos seus negócios com as normas do ESG

Acionistas querem o fim do petróleo

A Exxon é um caso emblemático dessa pressão sofrida por petroleiras ainda apostando firme no combustível fóssil – condição que acomete com mais ênfase as americanas. Após sofrer perdas severas no ano passado em função da pandemia, a companhia reportou lucro no primeiro trimestre deste ano. Mas uma disputa de acionistas joga dúvidas sobre a estratégia futura.

Liderados pelo fundo Engine Nº 1, os acionistas promoveram a destituição de três conselheiros, que foram substituídos por pessoas mais favoráveis à mudança de estratégia em direção à economia de baixo carbono. O Engine Nº 1 afirma que as resoluções climáticas da empresa e de corte de carbono são lentas e ineficazes, e que contribuíram para o prejuízo na de 20 bilhões de dólares registrado no último ano.

Fundos de energia limpa superam os de petróleo por um fator de 25

O cerco às petroleiras abrange, também, o setor de private capital. Fundos que investem exclusivamente em energia renovável levantaram 52 bilhões de dólares no ano passado, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

Por outro lado, há, neste momento, pouco dinheiro para o setor fóssil. Ainda de acordo com a Bloomberg, o capital levantado neste ano para fundos de energia limpa já ultrapassa a captação para ativos de combustíveis fósseis por um fator de cerca de 25. O fim do petróleo pode estar mais próximo do que se pensa.

Fique por dentro das principais tendências das empresas ESG. Assine a EXAME

De 1 a 5, qual sua experiência de leitura na exame?
Sendo 1 a nota mais baixa e 5 a nota mais alta.

Seu feedback é muito importante para construir uma EXAME cada vez melhor.

Acompanhe tudo sobre:ChevronExxonPetróleo

Mais de ESG

Brasil precisa atrair US$ 3 trilhões rumo ao net zero e pode ser hub de soluções climáticas, diz BCG

Na ONU, Brasil usará redução no desmatamento e aquecimento global para conter crise das queimadas

Banco Mundial chega a financiamento recorde de R$ 230,8 bilhões para enfrentar mudança climática

Gupy abre 60 vagas para capacitação em Sucesso do Cliente focada em pessoas com deficiência