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CAF será banco verde da América Latina, diz novo presidente da instituição

O colombiano Sergio Díaz-Granados se comprometeu a dedicar seus primeiros cem dias no cargo a reativação econômica e social latino-americana

CAF: "o CAF será o banco verde da América Latina" (Roman Synkevych/Divulgação)

CAF: "o CAF será o banco verde da América Latina" (Roman Synkevych/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 5 de setembro de 2021 às 18h46.

Desemprego e informalidade continuam entre os maiores desafios da América Latina, diz o novo presidente executivo da Corporação Andina de Fomento (CAF), o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o colombiano Sergio Díaz-Granados, que se comprometeu a dedicar seus primeiros cem dias no cargo a reativação econômica e social latino-americana.

Em entrevista concedida ao Grupo de Diarios América (GDA), Días-Granados diz considerar que a região está se recuperando mais rápido do que o esperado dos efeitos da pandemia de Covid-19, graças à reativação de boa parte de suas economias e ao dinamismo da atividade exportadora.

— Porém, há setores que continuam deprimidos, como serviços com alto contato humano e turismo — alerta.

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E foi enfático sobre os custos que os danos climáticos estão causando na região, que somam US$ 58,3 bilhões na última década. Não à toa, outra de suas prioridades será apoiar iniciativas de economia verde e circular:

— Afirmamos que o CAF será o banco verde da América Latina.

Quais são os planos da CAF para estimular a recuperação econômica na região pós-pandêmica, tendo em vista que os países sofreram impactos diversos neste ano e meio?

Desde o início da pandemia, a CAF reagiu de forma ágil e contundente, disponibilizando aos países acionistas instrumentos financeiros, de assistência técnica e de conhecimento como complemento às medidas extraordinárias adotadas pelos governos para mitigar os impactos da crise de saúde e social. Foram aprovados US$ 14,14 bilhões, valor recorde para a instituição. Mas devemos continuar.

Neste ano, a CAF definiu um plano com as seguintes contribuições aos países da região: (i) linha de crédito de US$ 1 bilhão para compra de vacinas e apoio a campanhas de vacinação e melhoria dos sistemas de vigilância epidemiológica; (ii) expansão da linha de crédito regional para eventos climáticos extremos, terremotos, acidentes poluentes e epidemias em até US$ 500 milhões; (iii) um mecanismo regional de apoio anticíclico às empresas prestadoras de serviços públicos face aos efeitos da Covid-19 até US$ 1,2 bilhões, entre outros. A expectativa é encerrar o ano com uma carteira próxima a US$ 30 bilhões, o que demonstra o grande esforço que a CAF faz para apoiar seus países membros.

Mas vamos continuar com planos que nos permitem avançar, por exemplo, na vacinação, enquanto alguns países estão em 65%, outros mal chegam a 5%. Devemos promover uma mudança nesse cenário.

Fala-se de uma recuperação econômica desigual para a América Latina à medida que as restrições devido à pandemia são liberadas. Quais economias na região o senhor acha que se recuperarão primeiro, para os níveis pré-pandêmicos, e quais países acredita que levarão mais tempo?

A atividade está se recuperando mais rápido do que o previsto há alguns meses. Isso se deve a dois fatores. Temos um ambiente externo mais favorável, com maior demanda por exportações, preços de commodities mais altos, fortes fluxos de remessas e abundante liquidez internacional.

Por outro lado, e mais importante, a recuperação da procura interna, graças à reabertura das economias. No entanto, há setores que permanecem deprimidos, como serviços de alto contato humano e turismo.

Isso explica porque os países onde o turismo tem peso importante na economia, como é o caso dos países do Caribe, seguem trajetórias de recuperação mais lentas.

Outro fator que teve impacto importante na recuperação é a magnitude e eficácia do apoio governamental, em especial as transferências para famílias que têm servido para sustentar o consumo.

O desafio regional que temos agora é combinar sustentabilidade fiscal com políticas que promovam o crescimento econômico com inclusão social e equidade.

Com a pandemia, o valor dos créditos ou programas aumentou?

Em meio à emergência gerada pela Covid-19, a CAF continuou a demonstrar que é aliada do país com a Linha de Crédito Contingente Regional de Apoio Anticíclico de US$ 350 milhões, bem como com a aprovação de financiamento em US$ 100 milhões para empresas, especialmente micro, pequenas e médias empresas, para mitigar os efeitos gerados pela pandemia e apoiar a reativação econômica.

Nos últimos dez anos (2011-2020), a CAF aprovou operações para a Colômbia por US$ 16,99 bilhões, o que representa uma média de US$ 1,69 bilhões por ano.

Da mesma forma, no último Conselho de Administração da instituição em julho deste ano, foi aprovado um empréstimo de US$ 500 milhões para apoiar as reformas que o governo está promovendo na transformação digital do setor público, a fim de estimular a produtividade e contribuir para a reativação econômica.

Há um programa no México para apoiar políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Quão importante é que este país aumente os esforços no combate às mudanças climáticas e como a CAF vê a defesa que o governo faz na questão dos combustíveis fósseis?

Entre 1970 e 1979, os danos causados ​​por desastres hidroclimáticos na América Latina e no Caribe totalizaram US $ 4,5 bilhões, em cerca de 120 eventos registrados. Na última década, entre 2010 e 2019, os danos foram avaliados em US $ 58,3 bilhões, com mais de 480 eventos.

Estamos em um momento definitivo para salvar o planeta, nossa casa comum, por isso da CAF vamos contribuir com projetos que sustentem o crescimento verde e a economia circular no México e na região através de um maior posicionamento e financiamento de projetos de eficiência energética, ambiental, florestal, hídrico, climático, gestão de resíduos e agricultura sustentável, entre outros. Afirmamos que o CAF será o banco verde da América Latina.

Na Colômbia, o emprego não está reagindo no mesmo ritmo da reativação. As linhas de apoio da CAF podem contribuir para o emprego?

Na América Latina e no Caribe em geral, a recuperação dos níveis de emprego ainda está atrasada.

Também identificamos um aumento da informalidade, uma vez que na maioria dos países a recuperação se dá mais forte no setor por conta própria (trabalho autônomo), o que pode afetar a recuperação no médio prazo e a produtividade das economias.

Na CAF consideramos que um elemento essencial para a criação de empregos é a reativação de setores como a construção de infraestruturas, nos quais a instituição tem uma trajetória reconhecida. Nesse sentido, na Colômbia o avanço dos investimentos nas concessões de rodovias, 5G e em rodovias terciárias é fundamental.

As principais cidades podem contar com o apoio da CAF para fazer avançar os investimentos em nível local que busquem solucionar os gargalos que enfrentam no acesso às grandes capitais.

Apoiaremos os planos de desenvolvimento local que incluem investimentos em Bogotá, Barranquilla, Cali e outras cidades.

Em que áreas a CAF continuará atuando na Venezuela diante da crise política e econômica do país? Os empresários podem esperar financiamento em áreas como o turismo?

A Venezuela é um dos países fundadores da CAF e onde temos nossa sede, onde assumi meu mandato como presidente executivo, por isso queremos continuar sendo um aliado para o seu desenvolvimento.

Estamos prontos para continuar apoiando o país para contribuir com sua recuperação econômica e melhorar as condições de vida de todos os venezuelanos.

Há também a vontade de acompanhar setores prioritários como produtivo, agroindustrial e saúde, bem como em outros geradores de divisas como o turismo. Para isso, a CAF continuará a aprofundar o desenvolvimento de alianças com os principais bancos nacionais.-

Como vê a situação da economia uruguaia e quanto dinheiro e em quais projetos a CAF planeja desembolsar para o Uruguai neste ano e no próximo?

O Uruguai está saindo do período de maior incidência da pandemia, o que tem um impacto positivo em termos de atividade. Para retomar a produtividade e o crescimento, é preciso reduzir as distorções que afetam a eficiência dos setores produtivos.

Isso implica a revisão dos esquemas de prestação de serviços públicos, incluindo a revisão dos critérios de fixação de tarifas e de questões mais institucionais, como a governança de empresas públicas e entidades reguladoras.

A partir da CAF, continuaremos promovendo a provisão e manutenção de infraestrutura, o aprofundamento do mercado financeiro, a produtividade da iniciativa privada e a inserção internacional.

Este ano renovamos a linha de crédito contingente e liquidez em até US$ 750 milhões, o que é relevante para fortalecer a liquidez; e iniciamos o desembolso do empréstimo a favor da Corporação Nacional de Desenvolvimento (CND), no valor de US $ 100 milhões, para o fortalecimento e ampliação do Sistema de Garantias Nacionais (SIGA), a favor de grandes e médias empresas, especialmente neste estágio de reativação econômica.

Finalmente, até 2022 planejamos continuar apoiando o governo em seu objetivo de reformas estruturais, e principalmente em projetos de reassentamento urbano, infraestrutura de integração e hidrovias, entre outros.

Além do que está relacionado às questões de saúde devido ao contexto em que nos encontramos, qual o principal desafio do Peru em questões econômicas?

O Peru é uma economia que cresceu rapidamente nas últimas três décadas, favorecido por uma sólida expansão de suas exportações e uma gestão prudente das políticas fiscal e monetária, o que permitiu uma redução significativa dos níveis de pobreza.

Apesar desse crescimento sólido, a informalidade não diminuiu significativamente e está entre as mais altas da América Latina. Ela permeia todos os setores econômicos, limita os ganhos de produtividade e é uma condição necessária para o crescimento sustentado e eqüitativo no longo prazo.

O Peru enfrenta o desafio de alcançar um crescimento mais eqüitativo que incorpore esses trabalhadores a empregos produtivos e com acesso a uma melhor seguridade social.

Esses são alguns dos grandes desafios e, ao mesmo tempo, as oportunidades, e é aqui que nosso banco adquire um papel preponderante na ajuda ao Peru com financiamento, assistência técnica e conhecimento.

A CAF apoiou a Costa Rica com US $ 500 milhões em apoio fiscal e US$ 550 milhões, ainda não desembolsados, para lidar com a emergência de saúde. Há alguma outra área ou setor em que o banco poderia apoiar o país, seja com recursos ou assistência, para o processo de recuperação pós-pandemia?

Como um banco de desenvolvimento, nosso valor agregado é atingir um alto impacto na equidade, inclusão e diversidade de gênero.

Na Costa Rica, apoiamos de forma ágil e oportuna com os recursos mencionados o fortalecimento da política fiscal do governo, que, uma vez que o pior da pandemia passe, impulsionará o emprego por meio de diversos projetos e obras.

Adicionalmente, trabahamos conm a vice-presidência da República e O Instituto Nacional das Mulheres na Cota na estruturação de um programa de assistência técnica para a implementações do progtama para acabar com a diferenças salariais entre homens e mulheres do país.

A educação também é fundamental para o crescimento sustentável, portanto, em conjunto com o Ministério da Educação Pública, estamos avançando na estruturação da assistência técnica para iniciar a implantação de um sistema de gestão da aprendizagem on-line, com o qual se espera articular em uma plataforma, ferramentas de comunicação e conteúdos educacionais já disponíveis, a fim de beneficiar alunos em situação de vulnerabilidade em decorrência da pandemia.

* O Grupo de Diarios América (GDA), ao qual O GLOBO pertence, é uma importante rede de mídia fundada em 1991, que promove os valores democráticos, a imprensa independente e a liberdade de expressão na América Latina através do jornalismo de qualidade para nossos públicos.

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