Warren Buffett: “Em 2006, me comprometi a distribuir todas as minhas ações da Berkshire Hathaway, que representam mais de 99% da minha fortuna, para a filantropia. Estou na metade do caminho” (Kevin Lamarque/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de junho de 2021 às 10h00.
Última atualização em 23 de junho de 2021 às 10h35.
O bilionário Warren Buffett anunciou, nesta quarta-feira, 23, uma doação de 4,1 bilhões às fundações Bill & Melinda Gates, Susan Thompson Buffett, Sherwood, Howard G. Buffett e NoVo Foundation. Com esse valor, o bilionário chega ao meio do caminho do seu compromisso de doar 99% de sua fortuna, feito em 2006.
“Hoje representa um marco para mim”, afirmou Buffett. “Em 2006, me comprometi a distribuir todas as minhas ações da Berkshire Hathaway, que representam mais de 99% da minha fortuna, para a filantropia. Estou na metade do caminho.”
Buffett também anunciou que está deixando o conselho da fundação Bill & Melinda Gates. Nos últimos meses, ele vem renunciando a todos os conselhos dos quais faz parte, exceto pelo da Berkshire. A saída do bilionário, amigo pessoal do fundador da Microsoft, acontece no momento em que o casal que dá nome à fundação passa por um processo de divórcio.
Atualmente, Buffett detém 238 mil ações da Berkshire, cujo valor de mercado alcança 100 bilhões de dólares. Em 2006, ele detinha 474 mil. Os papéis da gestora alcançaram, neste ano, seu valor mais alto na história, impulsionados por recuperações melhores do que o previsto de algumas das empresas investidas.
O mundo da filantropia passa por um período intenso de doações e crises conjugais que acabaram gerando novas doações. Ex-esposa de Jeff Bezos, fundador da Amazon, a americana Mackenzie Scott anunciou, no dia de 15 de junho, uma doação de 2,74 bilhões de dólares (mais de 13 bilhões de reais) para caridade.
Foi a segunda doação de Mackenzie desde que se divorciou de Bezos, em 2019, e se tornou uma das mulheres mais ricas do mundo, com uma fortuna estimada em 59 bilhões de dólares. Pouco antes da separação, ela havia se juntado a Buffett e Gates no The Giving Pledge, movimento criado pelos bilionários para incentivar outros ricaços a destinar suas fortunas à filantropia.
No caso do casal Gates, a separação está gerando ruídos na gestão da fundação, que já conta com 50 bilhões de dólares em fundos. Supostamente, Melinda considerou pedir o divórcio após descobrir relações do marido com o empresário Jeffrey Epstein, morto este ano na prisão, acusado de gerir uma rede internacional de abuso sexual de menores de idade.
Mark Suzman, o diretor-executivo da Fundação Bill e Melinda Gates, disse a seus funcionários que está em conversas para fortalecer “a sustentabilidade e a estabilidade da fundação no longo prazo”.
“Estou ativamente discutindo com Bill e Melinda passos que eles e Warren devem tomar”, disse o executivo em um comunicado. Suzman afirmou que decisões ainda não foram tomadas, mas acrescentou que Bill e Melinda “reafirmaram seu compromisso com a fundação e em continuar a trabalhar juntos em favor da nossa missão”.
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