ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Brasil tem potencial para ser uma Arábia Saudita verde

Potencial para produção de combustíveis verdes e geração de energia limpa abrem oportunidades, segundo debate que integra o Mês do ESG da Exame

Brasil larga com condições muito favoráveis na corrida para a economia verde (Agência/Getty Images)

Brasil larga com condições muito favoráveis na corrida para a economia verde (Agência/Getty Images)

André Barros
André Barros

Jornalista

Publicado em 14 de junho de 2023 às 10h55.

As metas de descarbonização criadas pelos diversos setores de transporte demandarão, no médio prazo, grande quantidade de combustíveis renováveis, gerados a partir de fontes de biomassa. Neste ponto o Brasil, com sua tradição de mais de 40 anos como produtor de etanol, pode ter no mundo papel semelhante ao de países que hoje são grandes fornecedores de petróleo, segundo analisou Rafael Kelman, diretor executivo da PSR, em painel que discutiu as fontes de energia verde no especial Mês do ESG de Exame.

“O Brasil pode ser uma Arábia Saudita verde”, disse Kelman, comparando com um dos maiores produtores de petróleo do Oriente Médio. “Nos próximos anos a aviação e o transporte marítimo, por exemplo, precisarão adicionar combustíveis renováveis às suas operações, para cumprir as metas de descarbonização. E o Brasil tem condições de atender a esta demanda”.

Agnes Maria de Aragão da Costa, diretora da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), acrescentou o transporte rodoviário nesta janela de oportunidade. No território brasileiro, analisou, a eletrificação dos veículos acabará por atender a nichos, como o transporte de passageiros urbanos, por causa da realidade de uso de biocombustíveis da frota nacional, que já a torna limpa.

“Não é uma necessidade, como na Europa, por exemplo, partir para a eletrificação para descarbonizar”, disse. Ela ressaltou, também, as possibilidades de exportação dos biocombustíveis e suas tecnologias para países com realidade semelhante, como os que estão no Hemisfério Sul. “Temos potencial de exportar boas práticas, exportar tecnologia e, principalmente, exportar alternativas”.

Tanto Kelman como Costa classificaram como inócua a discussão de que a produção de biocombustíveis pode tomar espaço da produção de alimentos, um tema volta e meia levantado em discussões. Hoje, com as tecnologias de produção, a produtividade das plantações permite que as colheitas atendam às demandas das duas frentes.

Matriz limpa é diferencial exportador

Com mais de 85% da geração de energia elétrica vinda de fontes limpas, como as hidroelétricas, geradores eólicos e placas fotovoltaicas, e um sistema interligado que permite distribuir essa geração ao longo de quase todo o seu território, o Brasil larga com condições muito favoráveis na corrida para a economia verde. “Além de todo o diferencial de emissões, essas tecnologias são baratas”, disse Kelman.

Assim a indústria pode produzir produtos com baixa demanda de carbono, um diferencial competitivo. “O problema é que hoje falta demanda porque a economia está andando de lado. Mas o processo de reindustrialização de baixo carbono pode puxar investimentos e alavancar o crescimento do País”, projeta o diretor executivo da PSR.

Costa acrescentou que as commodities brasileiras podem ser consideradas “premium” no mercado global, porque são produzidas a partir de energia gerada por meio de fontes limpas.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Mês do ESG ExameEnergia

Mais de ESG

"Apenas 1% do que é anunciado nas Cúpulas do Clima chega nos povos indígenas", diz Sonia Guajajara

Indique Uma Preta: consultoria que nasceu no Facebook já impactou 27 mil profissionais negros

A COP29 está no limite e o fracasso não é uma opção, diz Guterres

O chamado de Gaia: o impacto da crise climática sobre as mulheres