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A proposta do governo é fortalecer destinos já consolidados como o Parque Nacional da Tijuca (RJ), enquanto amplia as oportunidades para outros menos conhecidos (ICMBio)
Repórter de ESG
Publicado em 30 de julho de 2025 às 17h51.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 18h25.
"As unidades de conservação são estratégicas para a proteção da nossa biodiversidade e o enfrentamento das mudanças climáticas", destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, após o governo brasileiro sancionar nesta semana a lei de incentivo à visitação de unidades de conservação (UCs).
A nova legislação proposta em 2024 estabelece um marco para o ecoturismo no país ao estabelecer diretrizes para ampliar o acesso social, econômico e educacional das mais de 3.185 UCs nacionais.
"Ampliar o contato das pessoas com a rica beleza de nossas paisagens naturais é fundamental para fortalecer a recreação, o turismo e, sobretudo, a nossa educação ambiental", complementou a ministra, em comunicado nesta quarta-feira, 30.
Entre os principais objetivos da política estão o engajamento da população, a promoção da educação ambiental e do turismo ecológico nas UCs, além da universalização do acesso e do desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais. Além disso, prioriza a participação ativa dos povos e comunidades tradicionais nas atividades locais.
A promessa do governo é fortalecer destinos já consolidados, como Foz do Iguaçu (PR) e o Parque Nacional da Tijuca (RJ), enquanto amplia as oportunidades para outros menos conhecidos.
[grifar]Uma das principais inovações é a criação de um fundo privado para apoiar planos, projetos e ações de estruturação, aprimoramento e incremento das UCs. Segundo a proposta, o ICMBio e os órgãos estaduais e municipais que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) poderão contratar instituições financeiras para criar e gerir esse fundo.
O financiamento será composto por doações de entidades nacionais e internacionais, públicas e privadas, além de recursos provenientes de convênios.
No entanto, o presidente Lula vetou parte do projeto original que previa taxar 5% dos valores fixados pelos órgãos ambientais licenciadores de empreendimentos de significativo impacto ambiental, "alegando vício de inconstitucionalidade por impor vinculação orçamentária inadequada".
Há previsto também a inclusão e garantia de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, emprego de materiais e técnicas construtivas sustentáveis, e a segurança dos visitantes. Por meio da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, a proposta também integra todas as unidades.
A elaboração do texto contou com participação direta do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), visando o alinhamento técnico com a preservação e o desenvolvimento sustentável.
Atualmente, o país possui 1.907 UCs públicas (340 federais, 796 estaduais e 771 municipais) e 1.278 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), geridas por proprietários privados comprometidos com a preservação.
Dados do ICMBio revelam o crescimento do interesse pelo turismo em unidades de conservação. Em 2024, os parques federais receberam 12,5 milhões de visitantes, representando aumento de 3,8% em relação ao ano anterior.
Considerando todas as categorias de UCs monitoradas pelo órgão, o número superou 25,5 milhões de visitantes, incremento de 4,9% comparado a 2023.
Um estudo recente também reforça este interesse: as buscas online pelo termo "unidade de conservação" saltaram 50% em 2024, totalizando mais de 1 milhão de pesquisas sobre o tema, segundo a Bulbe Energia. A alta na procura sugere um movimento de maior conexão dos brasileiros com a natureza e o turismo sustentável.