ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Brasil registra queda de 70% na área queimada no 1º trimestre de 2025

Segundo os novos dados do Monitor do Fogo divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Mapbiomas, quase um milhão de hectares foram queimados entre janeiro e março e mais de 80% está na Amazônia

O bioma mais afetado foi a Amazônia, com 774,5 mil hectares queimados e o equivalente a 84% do total nacional (Bruno Kelly/Amazonia Real/Divulgação)

O bioma mais afetado foi a Amazônia, com 774,5 mil hectares queimados e o equivalente a 84% do total nacional (Bruno Kelly/Amazonia Real/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 16 de abril de 2025 às 07h00.

Última atualização em 16 de abril de 2025 às 10h00.

Após uma série de recordes nas queimadas em 2024, este ano começa com um pequeno respiro. O Brasil registrou 912,9 mil hectares de área queimada neste primeiro semestre, o que representa uma queda de 70% em relação ao mesmo período do ano passado e 2,1 milhões de hectares a menos consumidos pelo fogo.

É o que revelam os novos dados da plataforma do MapBiomas divulgados nesta quarta-feira (16), que utiliza imagens de satélite para atuar no monitoramento mensal em todos os biomas brasileiros.

A análise identificou que a maior parte da área devastada foi composta por vegetação nativa, com destaque para as formações campestres (43% do total perdido).

Já a região mais afetada foi a Amazônia, com 774,5 mil hectares queimados, o equivalente a 84% do total nacional. O estado de Roraima concentrou a maior parte, com 415,7 mil hectares, seguido por Pará e Maranhão. Juntos, esses três estados foram responsáveis por 81% do total neste primeiro semestre.

Estação de chuvas

Segundo os pesquisadores, a queda expressiva pode estar relacionada principalmente à sazonalidade climática. O período de janeiro a março coincide com a estação chuvosa na maior parte dos biomas e resulta em uma diminuição na propagação das chamas. 

Além disso, 2024 foi marcado por uma seca histórica e a pior em 75 anos, o que também agravou o problema e se somou a conjuntura dos efeitos de um El Niño intensificado pelas mudanças climáticas. Com a baixa umidade, a vegetação ficou mais suscetível.

Enquanto os incêndios se referem a focos de fogo causados de forma 'natural' ou pela ação humana, as queimadas são sempre intencionais e geralmente causadas por práticas agrícolas ou de manejo florestal.

Felipe Martenexen, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e do MapBiomas, disse que o padrão de queimadas em Roraima pode ser explicado pelas características do clima no estado.

"Enquanto a maior parte do Brasil passa por chuvas, Roraima vive sua estação seca no início do ano, o que o torna especialmente vulnerável", destacou.

Em março de 2025, a área queimada totalizou 106,6 mil hectares -- uma redução de 86% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A Amazônia foi novamente o bioma mais afetado, com 55,1 mil hectares queimados.

Distribuição das queimadas por bioma

A análise revela diferenças significativas nas áreas afetadas pelo fogo. A Amazônia, por exemplo, teve uma queda de 72% nas queimadas em comparação ao primeiro trimestre de 2024. No Cerrado, no entanto, houve um aumento de 12%, e o Pantanal registrou uma redução de 86%. Já o Pampa teve o maior aumento percentual de queimadas, com 1.487% a mais em relação ao ano passado.

Segundo especialistas, os números reforçam a necessidade de um planejamento mais detalhado para o combate ao fogo, considerando as especificidades climáticas e vegetacionais de cada bioma.

A redução das queimadas na Amazônia é considerada um avanço, mas as previsões para a estação seca deste ano e a ocorrência do La Niña ainda ligam o alerta.

Além disso, o fogo é muitas vezes considerado 'acidental' e utilizado como arma para o desmatamento, tornando seu combate ainda mais complexo.

Acompanhe tudo sobre:ESGSustentabilidadeMeio ambienteClimaMudanças climáticasDesmatamento

Mais de ESG

No Dia da Terra, quem são os heróis que conquistaram o 'Oscar do Meio Ambiente'

Touro verde em Wall Street: Nova York desafia Trump com ativismo ambiental e política financeira

Dia da Terra: Brasil fica mais consciente sobre clima; no exterior, ceticismo sobre ações cresce

O que é o Dia da Terra e por que este ano é crucial para a ação climática