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Brasil pode estar próximo de seu pior branqueamento de corais da história

Situação pode ser ainda pior do que a registrada em 2023, quando 54% das áreas de recifes sofreram com o branqueamento

Corais servem de abrigo para inúmeras espécies de peixes e outros seres vivos (joakant/Pixabay/-)

Corais servem de abrigo para inúmeras espécies de peixes e outros seres vivos (joakant/Pixabay/-)

Publicado em 18 de abril de 2024 às 07h23.

Recifes de corais por todo o planeta passam por um evento de branqueamento em massa conforme a mudança climática eleva as temperaturas dos oceanos. No Brasil, não é diferente: o país se prepara para o que pode ser o pior branqueamento de corais de sua história.

Trata-se do quarto evento do tipo em aproximadamente trinta anos. Os três oceanos que abrigam recifes de corais (Pacífico, Atlântico e Índico) foram afetados.

Ao menos parta da situação se deve ao El Niño, fenômeno que esquenta as águas do oceano e torna os corais mais suscetíveis ao branqueamento. Esse tipo de ocorrência acontece quando o coral perde algas fotossintetizantes ou quando elas perdem seu pigmento. Em consequência disso, o coral torna-se translúcido, o que pode resultar em sua morte.

Em agosto de 2023, a temperatura média global dos oceanos quebrou o recorde histórico. Desde então, tem-se observado temperaturas acima da média quase todos os dias, o que pode ser extremamente prejudicial para os corais.

A importância dos recifes é clara: eles apresentam grande biodiversidade e servem como abrigo ou local de alimentação ou reprodução para inúmeros seres vivos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 25% das espécies marinhas vive nos recifes de corais, incluindo 65% das espécies de peixes.

Recentemente, tem sido observado no Brasil o branqueamento em locais como a Costa dos Corais, localizada no nordeste. A região se estende do Pernambuco ao Alagoas e é considerada a maior área contínua de corais do Atlântico Sul.

A nível global, mais de 54% das áreas de recifes de corais sofreram branqueamento em 2023, afetando pelo menos 53 países e territórios. As informações foram divulgadas por meio de uma declaração conjunta da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e da Iniciativa Internacional do Recife de Coral (ICRI).

Agora, teme-se que a situação seja ainda pior.

Nesta quarta-feira, 17, as autoridades responsáveis pela gestão da Grande Barreira de Corais, na Austrália, declararam que a região está passando pelo mais grave branqueamento já registrado, com 73% dos recifes estudados apresentando danos. O local é tido como o maior organismo vivo da Terra e abrange mais de 1,5 mil espécies de peixes.

Assim, conforme a mudança climática avança, vemos seus efeitos negativos reverberando pelo mundo. Embora os corais possam se recuperar se as temperaturas da água se normalizarem, trata-se de um processo que leva anos. Por ora, observamos as consequências das ações humanas, que prejudicam o meio ambiente e põem a natureza em risco.

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