ESG

Brasil pede US$10 bi por ano de países ricos para antecipar meta ambiental

Ricardo Salles não disse em quanto tempo o prazo para a emissão zero de gases do efeito estufa poderia ser antecipado, em caso de compensação

Ricardo Salles: "A nossa contribuição nacional determinada a ser apresentada, agora que aprovada pelo governo brasileiro, reafirmando os nossos compromissos, colocando o compromisso brasileiro com a neutralidade de emissões até 2060" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ricardo Salles: "A nossa contribuição nacional determinada a ser apresentada, agora que aprovada pelo governo brasileiro, reafirmando os nossos compromissos, colocando o compromisso brasileiro com a neutralidade de emissões até 2060" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 08h35.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 08h35.

O Brasil comprometeu-se a zerar as emissões de carbono até 2060 e poderá reduzir esse prazo se houver uma compensação anual de 10 bilhões de dólares em projetos brasileiros a partir do próximo ano por parte de países desenvolvidos, afirmou nesta terça-feira o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Salles fez o anúncio, em pronunciamento no Palácio do Planalto, após reunião interministerial do Conselho do Clima, da qual participaram outras autoridades do primeiro escalão do governo federal, como os ministros Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

"A nossa contribuição nacional determinada a ser apresentada, agora que aprovada pelo governo brasileiro, reafirmando os nossos compromissos, colocando o compromisso brasileiro com a neutralidade de emissões até 2060", disse.

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"E destacando também a possibilidade de este prazo ser reduzido consoante sejam implementados os mecanismos de mercado previstos no Acordo de Paris", acrescentou Salles, que fez referência a um trecho do acordo em que prevê compensações financeiras nesse aspecto.

Salles não disse em quanto tempo o prazo para a emissão zero de gases do efeito estufa poderia ser antecipado, em caso de compensação. O titular do Meio Ambiente disse que o Ministério das Relações Exteriores deverá divulgar detalhes na quarta-feira.

O Brasil tem sido alvo de forte críticas internacionais por sua gestão do meio ambiente durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. O Executivo, entretanto, tem rebatido as críticas, defende a sua política e acusa haver interesses escusos e que visam prejudicar o país nas queixas.

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