ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd
Afya Cinza
Copasa Cinza
Danone Cinza
Ypê cinza

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Brasil lidera produção de combustível sustentável para aviação na América Latina, revela MIT

O potencial do país em SAF está diretamente relacionado à vasta experiência em biocombustíveis e à ampla disponibilidade de matérias-primas renováveis; Maior desafio é seu alto custo

Uma alternativa ao petróleo, este combustível é derivado de fontes renováveis ou resíduos biodegradáveis e é considerado peça-chave para reduzir a pegada de carbono da indústria de aviação (Thomas Jackson/Getty Images)

Uma alternativa ao petróleo, este combustível é derivado de fontes renováveis ou resíduos biodegradáveis e é considerado peça-chave para reduzir a pegada de carbono da indústria de aviação (Thomas Jackson/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 13 de maio de 2025 às 17h16.

Última atualização em 13 de maio de 2025 às 17h19.

O Brasil é o país com maior potencial da América Latina para a produção de combustível de aviação sustentável (SAF), revelou um estudo inédito do do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) financiado pela LATAM e a Airbus. 

Visando impulsionar a descarbonização do setor aéreo na região, a análise avaliou condições socioeconômicas, ambientais e políticas públicas de seis países latino-americanos: Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru -- e considerou tanto volume quanto a eficiência de custo.

Segundo a pesquisa, o potencial brasileiro em SAF está diretamente relacionado à vasta experiência do país em biocombustíveis, atividades agrícolas e à ampla disponibilidade de matérias-primas. O Brasil está bem posicionado para se tornar um importante produtor de combustível sustentável não apenas para o mercado doméstico, mas também para o latino-americano e global.

Uma alternativa ao petróleo, este combustível é derivado de fontes renováveis ou resíduos biodegradáveis e é considerado peça-chave para reduzir a pegada de carbono da indústria de aviação, responsável por até 3% das emissões globais. 

Desafios econômicos

Embora o SAF seja fundamental para a descarbonização do setor, seu custo é 2 a 3 vezes maior do que o combustível convencional proveniente de fontes fósseis altamente poluentes.

Atualmente, este representa 40% dos custos operacionais das companhias aéreas na região. O MIT alerta que sem colaboração governamental e políticas públicas adequadas, o uso de SAF poderá aumentar os custos das viagens, afetar a demanda por voos e comprometer a conectividade regional.

Integração regional como solução

Um dos principais destaques é a importância da integração das abordagens de transição entre os países latino-americanos. Segundo o MIT, a ação traria benefícios significativos, como garantia da competitividade, economias de escala e redução do impacto na demanda de passageiros.

A colaboração regional permitiria que países com menor potencial de produção tivessem acesso a combustível com preços mais competitivos, enquanto abriria oportunidades de mercado para produtores de SAF, especialmente o Brasil.

Para viabilizar essa ação, seria necessária uma metodologia robusta de cadeia, como o sistema "Book and Claim" -- que permite separar o produto físico de seus atributos de sustentabilidade, possibilitando o comércio sem a necessidade de transporte físico do combustível entre os países.

Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil, destacou o papel crucial da aviação na região para a conectividade e desenvolvimento econômico e a necessidade de adotarmos soluções verdes como os SAFs.

"Se não traçarmos um caminho adequado, corremos o risco de elevar os custos e comprometer o desenvolvimento da nossa conectividade regional. Neste contexto, a integração se apresenta como uma alternativa chave para assegurar a transição para uma indústria mais sustentável", disse em nota.

Guillaume Gressin, Vice-Presidente de Internacional, Estratégia e Operações Comerciais da Airbus América Latina e Caribe, complementou que a integração dos países é crucial para garantir a competitividade e economia de escala.

"Na Airbus, estamos convencidos de que a colaboração conjunta é essencial para nos aproximarmos das metas de redução de emissões e para impulsionar uma indústria SAF que beneficie a todos."

Acompanhe tudo sobre:ESGSustentabilidadeClimaMudanças climáticasAviaçãoEmissões de CO2Biocombustíveis

Mais de ESG

Brasil desperdiça liderança em energia limpa por falta de integração no ecossistema, diz MIT

Ministra Marina Silva será atração da Flip 2025

Nespresso quer mais café de qualidade e menos emissões de CO2 — e investe R$ 8,4 bilhões para isso

Como a crise climática está acelerando a extinção de espécies?