Patrocínio:
Parceiro institucional:
Um estudo recente demonstrou que o Cerrado pode gerar US$ 100 bilhões ao PIB brasileiro (Divulgação/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 3 de julho de 2025 às 12h49.
Última atualização em 3 de julho de 2025 às 13h14.
O Brasil acaba de conquistar uma posição de destaque no mercado global de carbono ao emitir os primeiros créditos por agricultura regenerativa nas Américas e desponta como um 'celeiro de oportunidades' neste ano de COP30.
A certificação histórica foi concedida pela Verra, maior referência mundial no mercado voluntário, e marca o início de uma nova era para o setor agropecuário que é hoje a maior fonte das emissões nacionais pela gestão do uso da terra.
O projeto foi desenvolvido pela climate tech anglo-brasileira NaturAll Carbon e segue a metodologia Agriculture Land Management, sendo o segundo do mundo deste tipo, apenas atrás de um recente na Romênia.
A Fazenda Flórida, localizada no Mato Grosso do Sul, foi a contemplada para ser modelo por suas práticas regenerativas. Com cerca de 3 mil hectares e histórico de pecuária extensiva, a propriedade comprovou possível remover carbono da atmosfera de forma "mensurável, permanente e replicável".
Um estudo recente do BCG demonstrou que o Cerrado pode gerar US$ 100 bilhões ao PIB brasileiro com agricultura de baixo carbono, por meio de ações que conciliam aumento de produtividade com sustentabilidade.
Para quantificar os créditos, foi utilizada a tecnologia "DayCent", a principal para simulações de carbono em solos agrícolas. O monitoramento é realizado por sensoriamento remoto, imagens de satélite e uma base de dados geoespacial.
Segundo a NaturAll, o diferencial do projeto está em sua estrutura como agrupamento de propriedades rurais elegíveis. A configuração permite que novas fazendas sejam incluídas a qualquer momento, mediante confirmação de elegibilidade e sem necessidade de um novo processo de validação. Isso significa que o modelo é altamente escalável, inclusivo e replicável.
Com atuação em vários estados brasileiros e foco no Cerrado na zona de transição com a Amazônia, o objetivo é contemplar várias fazendas privadas que adotam práticas como recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária, plantio direto, rotação de culturas e cobertura vegetal, além de manejo eficiente de fertilizantes, irrigação e resíduos.
Segundo Alexandre Leite, cofundador e CEO da NaturAll Carbon, a emissão dos primeiros créditos representa um divisor de águas para o setor no Brasil e marca o início formal de um mercado que reconhece e recompensa produtores por regenerar o solo, capturar carbono e alimentar o mundo de forma sustentável.
Além da mitigação das emissões, o projeto promove resiliência climática, aumento da produtividade agrícola, redução de custos com insumos e preservação de recursos naturais, contribuindo diretamente para as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris.