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Os biocombustíveis desempenham um papel importante na redução das emissões de gases de efeito de estufa no setor dos transportes. (Tom Merton/Getty Images)
Colunista
Publicado em 3 de julho de 2024 às 15h00.
Biocombustíveis (etanol e biodiesel) são combustíveis produzidos a partir de biomassa. Em 2022, foram produzidos 175 bilhões de litros, sendo 114,2 bilhões de etanol e 60,8 bilhões de biodiesel, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês)[1]. Os biocombustíveis evitaram o consumo de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2022, volume correspondente a 4% da demanda global de petróleo do setor de transportes.
Os EUA são o maior produtor de biocombustíveis do mundo, liderando a produção de etanol (a partir do milho) com 57,5 bilhões de litros, assim como de biodiesel, com 14,5 bilhões de litros. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol (a partir da cana-de-açúcar), com 35,6 bilhões de litros, e o terceiro maior de biodiesel, perdendo a medalha de prata para a Indonésia.
Enquanto o etanol é produzido basicamente a partir do milho ou cana-de-açúcar, cerca de 70% do biodiesel é baseado em óleos vegetais (14% óleo de colza, 23% óleo de soja e 29% óleo de palma) e 25%, em óleos de cozinha reciclados.
O Brasil é pioneiro global na produção e implantação de biocombustíveis, combinando com sucesso mandatos de biocombustíveis, incentivos financeiros e requisitos de sustentabilidade para expandir o fornecimento seguro e acessível desses produtos. Os mandatos de mistura de etanol à gasolina começaram para valer em 1975, com o programa Proálcool, e desde então a mistura aumentou progressivamente até o atual requisito de 27%.
Os automóveis flexfuel representam cerca de 90% da frota de veículos leves do Brasil, permitindo que os consumidores escolham misturas mais elevadas de etanol quando os preços do produto são vantajosos. Em 2022, a mistura total de etanol foi de 34% em termos energéticos. Com relação ao biodiesel, a mistura atual ao diesel é de 10%, com aumento planejado para 15% até 2026.
Já nos EUA, o grande boom dos biocombustíveis aconteceu neste século. Entre 2000 e 2012, a produção de biocombustíveis aumentou dez vezes. E, em um esforço para o aumento de participação (e mitigação de preços da gasolina), em 2022, foi aprovado o uso de misturas de 15% de etanol à gasolina. O impacto sobre a utilização do etanol, no entanto, foi limitado, porque apenas algumas bombas conseguiam lidar com a mistura de 15% de etanol.
Como resultado das políticas nesses dois países, os biocombustíveis forneceram 22% da energia de transporte do Brasil e 7% da energia de transporte dos Estados Unidos em 2022.
Os biocombustíveis desempenham um papel importante na redução das emissões de gases de efeito de estufa no setor dos transportes, juntamente com os veículos elétricos, motores mais eficientes, mudanças nos modos de transporte e outros combustíveis limpos, como o hidrogênio.
[1] https://www.iea.org/data-and-statistics/charts/biofuel-production-by-country-region-and-fuel-type-2016-2022