Apoio:
Parceiro institucional:
A Floresta Amazônica: o Brasil tem a maior biodiversidade do mundo e pode se tornar uma potência da bioeconomia (Proexport/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 8 de outubro de 2020 às 06h00.
Será lançado hoje um edital para projetos de biotecnologia promovido por Brasil e Alemanha. A chamada será anunciada durante o Green Rio, evento anual sobre bioeconomia que está em sua oitava edição. Este ano, toda a programação será online, em virtude da pandemia.
O evento, que começa amanhã, vai até o dia 26 de outubro. A programação terá mais de 50 palestrantes, entre eles, o cientista Carlos Nobre, criador do programa Amazônia 4.0, Marcelo Britto, presidente da Associação Brasileiro do Agronegócio, e Eva Müller, ministra da agricultura da Alemanha.
A bioeconomia já é um mercado de 2,3 trilhões de dólares, somente na Europa. Por ter a maior biodiversidade do planeta, o Brasil é considerado uma potência adormecida no setor. Para o Brasil, desenvolver esse mercado pode representar um acréscimo de 15% no PIB, o equivalente a 2,8 trilhões de reais, até o final da década, segundo um estudo do WRI, uma das principais entidades ambientalistas dos Estados Unidos, junto a pesquisadores brasileiros da PUC-Rio, da escola de negócios Coppe/UFRJ, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Uma das ideias sendo debatidas no Brasil é a de mudar a governança do programa da Zona Franca de Manaus, incluindo critérios para atrair investimentos ligados à biotecnologia. Isso seria possível com a constituição de cadeias de microempreendedores sustentáveis na região, com investimentos em pesquisa atrelados à bioeconomia, infraestrutura e capacitação profissional.
Em agosto, representantes das indústria da Zona Franca se reuniram com o vice-presidente, Hamilton Mourão, para tratar do assunto. Eles entregaram um documento a Mourão com propostas para a criação de um plano de desenvolvimento, em linha com a bioeconomia.
As movimentações em torno da bioeconomia ocorrem em meio a uma mobilização inédita do capitalismo brasileiro em prol do meio ambiente. Como mostra reportagem da revista EXAME desta quinzena, desde julho 70 empresas de grande porte assinaram documento pressionando o governo brasileiro a tomar medidas para manter florestas como a Amazônia e o Pantanal de pé.
Além disso, elas abriram a carteira para financiar projetos de preservação ambiental. Nas contas do CEBDS, uma ONG dedicada ao meio ambiente, mais de 6 bilhões de reais já foram empenhados em projetos desse tipo. A quantia supera tudo o que foi doado pela filantropia brasileira a todas as causas sociais e ambientais ao longo de 2018, último ano com dados consolidados.