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Brasil apresentará na COP30 barco movido a hidrogênio verde que reduz 80% das emissões

Projeto pioneiro posiciona país na vanguarda da descarbonização marítima; embarcação Explorer H1 está em fase final de testes no mar e conclusão está prevista para janeiro de 2026

A embarcação Explorer H1, com 36 metros de comprimento, está sendo construída no estaleiro Arpoador, em Guarujá (Divulgação)

A embarcação Explorer H1, com 36 metros de comprimento, está sendo construída no estaleiro Arpoador, em Guarujá (Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 12h15.

Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 17h17.

O Brasil se prepara para dar um passo significativo na descarbonização do setor náutico com o desenvolvimento do primeiro barco nacional movido a hidrogênio verde, uma parceria estratégica entre a JAQ Apoio Marítimo, o Grupo Náutica, o Itaipu Parquetec e a GWM.

O projeto, anunciado nesta semana durante o São Paulo Boat Show, se consolida como iniciativa pioneira que posiciona o país na vanguarda da inovação marítima sustentável e será apresentado ao mundo na COP30 em Belém do Pará.

Quando concluída, a solução promete reduzir em até 80% as emissões de dióxido de carbono. 

O setor marítimo representa hoje cerca de 3% das emissões globais de CO₂ e as tecnologias verdes são aliadas para reduzir seu impacto, mas um dos grandes desafios ainda é ganharem escala.

Segundo a Associação Náutica (Acobar), projetos como este são raros em escala mundial. Atualmente, existem apenas algumas experiências limitadas em curso na China. 

A embarcação Explorer H1, com 36 metros de comprimento, está sendo construída no estaleiro Arpoador, em Guarujá, e adaptada no estaleiro Inace, em Fortaleza. Atualmente com 80% das obras concluídas, o barco já se encontra em fase final de testes no mar.

COP30 será palco da inovação

Durante a COP30, o barco será exposto operando sistemas completos com hidrogênio verde, marcando simbolicamente o compromisso do Brasil com transportes mais sustentáveis.

Este gás limpo é obtido por meio da eletrólise da água — um processo que separa as moléculas de água (H₂O) em hidrogênio (H₂) e oxigênio (O₂) usando eletricidade.

O que o torna "verde" é o uso exclusivo de fontes renováveis como energia solar, eólica ou hidrelétrica, onde o Brasil tem vantagens comparativas naturais únicas e tem potencial de liderança global para descarbonizar indústrias intensivas em energia e exportar a solução para o mundo.

Na COP30, a embarcação ainda não estará 100% pronta e demonstrará parte de seu potencial ecológico. A operação limpa irá abastecer apenas a energia elétrica interna, incluindo ar-condicionado, iluminação e equipamentos eletrônicos, garantindo um total de zero emissões

Já a segunda fase do projeto, prevista para janeiro de 2026, traz a inovação completa: motores híbridos que combinam 20% de hidrogênio com óleo diesel.

Expansão da solução verde

Os planos brasileiros não param por aí: também está em construção no Guarujá a segunda embarcação, denominada Explorer H2. A previsão de entrega é 2027 e o projeto promete ser ainda mais inovador, com capacidade de produzir seu próprio hidrogênio a bordo.

A tecnologia planejada incluirá a extração do gás diretamente da água do mar, por meio de processos de dessalinização, eletrólise e células de combustível.

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