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Bonds de biodiversidade: Colômbia lança estratégia de financiamento para ecossistemas

Investimento de US$ 50 milhões vai financiar transição para economia verde; mesma iniciativa, em menor escala, começa a ser realizada no estado do Paraná, buscando financiamento para melhoria das reservas ambientais

Susana Muhamad, presidente da COP16: "Esse acordo mostra que a regeneração da natureza é financiável e produtiva" (Mestre1305/Freepik)

Susana Muhamad, presidente da COP16: "Esse acordo mostra que a regeneração da natureza é financiável e produtiva" (Mestre1305/Freepik)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 15h05.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 18h31.

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A Colômbia anunciou o lançamento de seus primeiros bonds de biodiversidade, um crédito voltado para a garantia de recursos para a manutenção dos biomas e ecossistemas. A emissão, no valor de US$ 50 milhões, foi feita em parceria com o International Finance Corporation, organização privada do Banco Mundial.

O acordo permite o financiamento da produção sustentável e economia circular, como energias renováveis e projetos de agricultura regenerativa. A ministra do Meio Ambiente da Colômbia e presidente da COP16, Susana Muhamad, afirmou em nota que o objetivo é acelerar a transição para a economia verde entre os setores mais estratégicos e essenciais para a economia colombiana. “Esse acordo mostra que a regeneração da natureza é financiável e produtiva”, explica.

Enquanto os green bonds (ou “bonds verdes”), voltados para financiamento de projetos ambientais, já são mais conhecidos, a implementação dos bonds da biodiversidade é algo novo, tendo seu início apenas neste ano.

De acordo com Muhamad, o crédito será direcionado a projetos de impacto ambiental positivo na conservação, proteção e restauração das florestas conforme o Plano da Ação pela Biodiversidade da Colômbia, que implementa metas até 2030.

O ministro colombiano da Fazenda, Ricardo Bonilla, afirmou que os bonds são um elemento-chave na taxonomia verde: segundo o líder da pasta, a dificuldade dos economistas é identificar o que “verde” implica — e quais formatos de financiamento podem ser incluídos dentro desta categoria. “Esse tipo de bond vai gerar condições financeiras mais favoráveis, menos custosas e que aplaquem recursos para desenvolver projetos da biodiversidade”, disse.

Projeto brasileiro para bonds da biodiversidade

A mesma estratégia, em menor escala, deve ser implementada no Brasil. Nesta semana, o governo do Paraná lançou sua política estadual de créditos de biodiversidade. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que vai destinar R$ 2 milhões em bonds.

Dessa forma, o Paraná se torna o primeiro governo subnacional do mundo a criar sua própria estratégia de financiamento da biodiversidade a partir de créditos.

Comitiva paranaense durante lançamento da Política Estadual de Crédito de Biodiversidade no Estado do Paraná, lançada na COP16 (Rafael Andreguetto/SEDEST/Agência Estadual de Notícias/Reprodução)

O plano prevê que a melhoria da biodiversidade será concentrada nas reservas de patrimônio natural do Estado. De acordo com Rafael Andreguetto, diretor de políticas ambientais da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, são de início 25 reservas beneficiadas, com a possibilidade de ampliação para parques municipais, estaduais e federais.

O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, líder da comitiva paranaense na COP16, anunciou que o mecanismo pode beneficiar empresas que buscam diminuir seu impacto nos recursos naturais. “A empresa tem a condição de mitigar suas ações a partir da compra dos créditos de biodiversidade. Já as reservas naturais que serão beneficiadas alcançam mais condições para o desenvolvimento”, explica.

*A jornalista viajou a convite.

Acompanhe tudo sobre:COP16BiodiversidadeCréditoFinanciamento de grandes empresas

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