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Bioeconomia no Pará pode gerar R$ 816 milhões ao PIB estadual, revela estudo

Segundo o WRI, há um potencial de R$ 44 milhões na arrecadação fiscal do estado ao se investir em 13 cadeias produtivas da sociobiodiversidade

A bioeconomia é uma alternativa viável ao modelo tradicional de exploração da Amazônia, que frequentemente resulta em concentração de renda e degradação ambiental (Paulo Amorim/Getty Images)

A bioeconomia é uma alternativa viável ao modelo tradicional de exploração da Amazônia, que frequentemente resulta em concentração de renda e degradação ambiental (Paulo Amorim/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 26 de março de 2025 às 17h30.

Última atualização em 26 de março de 2025 às 17h38.

No ano em que o Brasil recebe pela primeira vez a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) em Belém, um novo estudo divulgado pelo WRI Brasil revela o potencial de bioeconomia no Pará para o desenvolvimento econômico e sustentável.

O levantamento indica que o produto interno bruto (PIB) do estado pode crescer em até R$ 816 milhões, com um aumento de R$ 44 milhões na arrecadação fiscal e a criação de 6,6 mil empregos. Para obter os retornos positivos, o estado precisaria investir R$ 720 milhões em 13 cadeias produtivas da sociobiodiversidade.

Atualmente, o Pará possui entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,8 bilhão em recursos captados ou em negociação para ações climáticas e que poderiam ser direcionados para esse setor, apontou o WRI.

Os pesquisadores destacam que a bioeconomia é uma alternativa viável ao modelo tradicional de exploração da Amazônia, que frequentemente resulta em concentração de renda e degradação ambiental. Além disso, se trata de um modelo sustentável que não compromete os ecossistemas, ao valorizar recursos naturais e promover cadeias produtivas com base na sociobiodiversidade.

Segundo a análise, o modelo é um forte impulsionador econômico para o Pará: cada R$ 1,00 investido no setor geraria um retorno de R$ 1,13 no PIB do estado, R$ 0,19 em massa salarial e R$ 0,06 em impostos indiretos.

Os efeitos multiplicadores variam conforme a etapa do processo produtivo: a produção de matéria-prima gera R$ 1,14 por real investido, enquanto a industrialização de produtos gera R$ 1,27 e a comercialização chega a R$ 1,40.

Desafios e oportunidades

Embora o cenário seja bastante promissor, também são identificados desafios significativos: gargalos na infraestrutura logística e na comercialização dos produtos derivados das 13 cadeias da bioeconomia, incluindo açaí, castanha-do-pará, borracha de seringueira, mel de abelhas nativas e cupuaçu.

Para superar os obstáculos e alavancar a bioeconomia, os pesquisadores apontam a necessidade de investimentos privados e de políticas públicas eficazes, como a adaptação do ambiente regulatório e o desenvolvimento de mecanismos de rastreabilidade e acesso ao crédito para pequenos produtores.

Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior do WRI Brasil, destacou que o Pará conta com uma estrutura institucional sólida e instrumentos financeiros que podem potencializar o setor. Segundo o especialista, a convergência entre o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio-PA), o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN-PA) e o Programa Territórios Sustentáveis (PTS) é essencial para viabilizar o crescimento da bioeconomia no estado.

A realização da COP30 em Belém também é um marco importante para o fortalecimento da bioeconomia, ao atrair lideranças globais e investidores interessados em apoiar soluções sustentáveis para a Amazônia.

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