ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd
Afya Cinza
Copasa Cinza
Danone Cinza
Ypê cinza

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Biocombustível de coco verde pode resolver problema de R$ 900 mil ao ano

De acordo com Instituto de Tecnologia e Pesquisa, novo combustível resolve gestão de resíduos enquanto diversifica a matriz energética

Além dos benefícios ambientais diretos, a iniciativa contribui para a economia circular ao dar nova utilidade a um resíduo (Pixabay/Reprodução)

Além dos benefícios ambientais diretos, a iniciativa contribui para a economia circular ao dar nova utilidade a um resíduo (Pixabay/Reprodução)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de março de 2025 às 11h47.

Um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) está transformando resíduos de coco verde em biocombustível, oferecendo uma solução sustentável para dois desafios simultaneamente: a gestão de resíduos sólidos e a diversificação da matriz energética brasileira.

A iniciativa é conduzida pelo Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (NUESC), que funciona dentro do ITP há 15 anos, fruto de parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) e a própria Petrobras. O núcleo se consolidou como referência na pesquisa de combustíveis alternativos e na formação de profissionais qualificados para o setor.

"Transformamos em energia um material que representa um grande desafio para o meio ambiente, em função do alto volume e baixa taxa de decomposição", explica o professor Cláudio Dariva, coordenador do NUESC e pesquisador do ITP, vinculado ao Grupo Tiradentes.

Gestão de resíduos sólidos

O coco verde, amplamente consumido na região costeira do Brasil, gera resíduos de difícil decomposição que frequentemente sobrecarregam o sistema de coleta de lixo e representam gastos significativos para a administração pública.

Dados de pesquisas municipais indicam que os resíduos de coco podem gerar custos anuais próximos a R$ 900 mil para a limpeza urbana. Quando descartados incorretamente, esses materiais agravam ainda mais o passivo ambiental das cidades.

Como funciona?

A tecnologia desenvolvida pelo NUESC utiliza processos como pirólise, gaseificação e fermentação para converter a fibra do coco em biocombustível. O processo envolve três etapas principais: inicialmente, a coleta, secagem e trituração da fibra; em seguida, a conversão térmica da biomassa, gerando bio-óleo, biocarvão e gases combustíveis; e finalmente, o refino dos produtos para uso em motores, geradores ou como insumo agrícola.

Recentemente, os pesquisadores alcançaram um avanço significativo ao integrar três processos que antes eram realizados separadamente: extração de óleo, produção de biodiesel e obtenção de bio-óleo a partir de oleaginosas. Esta nova abordagem utiliza fluidos pressurizados em substituição aos solventes orgânicos tradicionais, tornando o processo ainda mais sustentável.

Além dos benefícios ambientais diretos, a iniciativa contribui para a economia circular ao dar nova utilidade a um resíduo problemático, reduz a dependência de combustíveis fósseis e cria oportunidades de geração de empregos na cadeia produtiva do biocombustível.

O desenvolvimento deste tipo de tecnologia se alinha às estratégias globais de diversificação energética, aumento de eficiência e implementação de tecnologias de captura de carbono, representando um exemplo concreto de como a pesquisa científica brasileira pode contribuir para soluções sustentáveis em escala local e nacional.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCombustíveisGestão ambientalLixo

Mais de ESG

Brasil desperdiça liderança em energia limpa por falta de integração no ecossistema, diz MIT

Ministra Marina Silva será atração da Flip 2025

Nespresso quer mais café de qualidade e menos emissões de CO2 — e investe R$ 8,4 bilhões para isso

Como a crise climática está acelerando a extinção de espécies?