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Segundo especialistas, essa “corrida nuclear” pode gerar aumentos nas tarifas para os demais consumidores (Georgia Powers)
Repórter de ESG
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 11h22.
A inteligência artificial já virou a melhor amiga do homem. Para as gigantes de tecnologia, no entanto, essa relação ainda depende de fatores como a disponibilidade energética e o investimento em fontes que supram a demanda exigida pelos modelos de IA.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, com o crescimento da inteligência artificial, os data centers norte-americanos devem consumir até 130% mais energia até 2030 do que os níveis atuais.
A solução encontrada por muitas empresas é recorrer às energias nucleares. Neste ano, diversas empresas, como a Meta, anunciaram aquisições de plantas nucleares e pequenos reatores.
A dona do Facebook acordou em junho a compra de uma usina em Illinois, nos EUA, por 20 anos, iniciativa que deve alimentar os projetos de inteligência artificial. O contrato foi firmado com a Constellation Energy, companhia que opera reatores nucleares, e entra em operação a partir de junho de 2027.
Para ter sucesso nesse plano, no entanto, diversas companhias estão em busca de antigas usinas nucleares, segundo autoridades da indústria americana. A ideia é operar nas cerca de 24 usinas em mercados não regulamentados — cerca de metade das 54 plantas nucleares ainda em operação nos Estados Unidos.
Segundo as companhias, o trabalho pode dar uma nova vida útil para usinas fechadas ou em riscos de desativação. No lado ambiental, a geração abundante de energia sem emissões diretas de carbono é um ponto positivo para essa iniciativa.
Energia nuclear: Reino Unido inaugura primeira usina em 30 anos, com investimento de R$ 105 bilhõesSegundo especialistas, essa “corrida nuclear” pode gerar aumentos nas tarifas para os demais consumidores ou escassez nos próximos anos. A expectativa é que as operadoras recebam uma remuneração próxima ao dobro da média do mercado por eletricidade gerada. O motivo é o diferencial em relação a outras fontes energéticas limpas: enquanto a solar depende da alta radiação e a eólica opera melhor em determinados horários do dia, a nuclear funciona sem pausas, em qualquer clima e horário.
A Amazon anunciou no ano passado a aposta em energia nucleares com foco em IA e sistemas de nuvem. A gigante varejista assinou três contratos de pequenos reatores modulares, em montantes que superam os R$ 2,8 bilhões. A companhia ainda passou a colaborar com a Energy Northwest para desenvolver quatro pequenos reatores, um saldo de 5 GW em energia nuclear.
Palantir e Nuclear Company firmam acordo para acelerar construção de usinas nucleares com IAO Google seguiu na mesma linha: em outubro de 2024, firmou um acordo com a Kairos Power, empresa apoiada pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, para o abastecimento dos data centers. Na época, o diretor-sênior de energia e clima do Google afirmou que a utilização dessa energia é a única forma de entregar o processo da IA sem interromper o crescimento sustentável a partir de energias limpas.