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Big techs investem em usinas nucleares para suprir demanda energética da inteligência artificial

Gigantes como Google, Meta e Amazon investiram em contratos de fornecimento de energia nuclear para alimentar data centers e acelerar IA

Segundo especialistas, essa “corrida nuclear” pode gerar aumentos nas tarifas para os demais consumidores (Georgia Powers)

Segundo especialistas, essa “corrida nuclear” pode gerar aumentos nas tarifas para os demais consumidores (Georgia Powers)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 11h22.

Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 12h38.

A inteligência artificial já virou a melhor amiga do homem. Para as gigantes de tecnologia, no entanto, essa relação ainda depende de fatores como a disponibilidade energética e o investimento em fontes que supram a demanda exigida pelos modelos de IA.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, com o crescimento da inteligência artificial, os data centers norte-americanos devem consumir até 130% mais energia até 2030 do que os níveis atuais.

A solução encontrada por muitas empresas é recorrer às energias nucleares. Neste ano, diversas empresas, como a Meta, anunciaram aquisições de plantas nucleares e pequenos reatores.

A dona do Facebook acordou em junho a compra de uma usina em Illinois, nos EUA, por 20 anos, iniciativa que deve alimentar os projetos de inteligência artificial. O contrato foi firmado com a Constellation Energy, companhia que opera reatores nucleares, e entra em operação a partir de junho de 2027.

Corrida nuclear

Para ter sucesso nesse plano, no entanto, diversas companhias estão em busca de antigas usinas nucleares, segundo autoridades da indústria americana. A ideia é operar nas cerca de 24 usinas em mercados não regulamentados — cerca de metade das 54 plantas nucleares ainda em operação nos Estados Unidos.

Segundo as companhias, o trabalho pode dar uma nova vida útil para usinas fechadas ou em riscos de desativação. No lado ambiental, a geração abundante de energia sem emissões diretas de carbono é um ponto positivo para essa iniciativa.

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Segundo especialistas, essa “corrida nuclear” pode gerar aumentos nas tarifas para os demais consumidores ou escassez nos próximos anos. A expectativa é que as operadoras recebam uma remuneração próxima ao dobro da média do mercado por eletricidade gerada. O motivo é o diferencial em relação a outras fontes energéticas limpas: enquanto a solar depende da alta radiação e a eólica opera melhor em determinados horários do dia, a nuclear funciona sem pausas, em qualquer clima e horário.

Big techs investem em renováveis

A Amazon anunciou no ano passado a aposta em energia nucleares com foco em IA e sistemas de nuvem. A gigante varejista assinou três contratos de pequenos reatores modulares, em montantes que superam os R$ 2,8 bilhões. A companhia ainda passou a colaborar com a Energy Northwest para desenvolver quatro pequenos reatores, um saldo de 5 GW em energia nuclear.

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O Google seguiu na mesma linha: em outubro de 2024, firmou um acordo com a Kairos Power, empresa apoiada pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, para o abastecimento dos data centers. Na época, o diretor-sênior de energia e clima do Google afirmou que a utilização dessa energia é a única forma de entregar o processo da IA sem interromper o crescimento sustentável a partir de energias limpas.

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